Incontinência urinária pode causar até depressão
Incontinência urinária --perda involuntária de urina pelo organismo-- é um sintoma que pode ter ao menos duas causas: a incontinência urinária de esforço, doença mais comum nas mulheres, e a chamada bexiga hiperativa.
Na incontinência urinária de esforço, a perda de urina se dá por várias causas (entre elas o número de partos e de cirurgias ginecológicas) e está relacionada também ao período chamado de climatério, que é a pós-menopausa.
De acordo com o urologista Celso Heitor de Freitas Júnior, do Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo, as chances de apresentar incontinência urinária nesses casos se explicam porque a musculatura da bexiga "perde força". Isso, segundo o médico, contribui para a falta de controle em urinar. "É um problema anatômico", diz.
Ir várias vezes ao banheiro é só uma das conseqüências do problema. O que caracteriza a incontinência é a urina que escapa na roupa, sem nenhum controle.
Já a bexiga hiperativa é uma doença funcional desse órgão --um "defeito" que surge na vida adulta e impede o organismo de controlar a saída da urina. A doença atinge pessoas com mais freqüência após os 40 anos.
Entre os homens, a incontinência urinária por causa da bexiga hiperativa é mais comum naqueles que já apresentam problemas na próstata. Por isso, consultas com o urologista devem ser feitas uma vez por ano.
No caso da incontinência urinária de esforço, causada por problemas na musculatura da região da bexiga, o tratamento é feito basicamente através de fisioterapia.
"É o que a gente chama de reabilitação do assoalho pélvico. Dependendo da quantidade de urina que escapa e da sua freqüência, não é necessário operar", afirma o médico Celso de Freitas Júnior. Para casos mais graves, a solução é a cirurgia.
Uma conseqüência da perda de controle de urina é a limitação social que o paciente enfrenta. "Ele se isola por não ter controle e isso pode causar até depressão", diz o médico.
Espirro
A secretária Marilene Florian Stefani de Melo, 50 anos, conviveu por três anos com a incontinência urinária. Ela se livrou do problema em maio deste ano, depois de passar por uma cirurgia. Nesse período, relata que passou por situações desconfortáveis.
Certa vez, lembra, saiu para dançar com os parentes e acabou tendo problemas. Desde então, começou a se prevenir com freqüência.
Marilene procurou tratamento e foi orientada por seu ginecologista a fazer fisioterapia, pois ele disse que era uma boa alternativa para resolver o seu caso. Mas nem assim houve uma solução.
"A princípio, fiz os exercícios que ele me pediu, mas acabou não resolvendo e, como eu iria passar por uma outra cirurgia, resolvi fazer a da incontinência junto", afirma.
"É muito desconfortável. Se você está na rua, dá um espirro, já é o suficiente [para urinar]", afirma Marilene. Segundo ela, tossir, correr ou dar risadas também já é motivo para a incontinência. "Não dá para reter, é involuntário", afirma
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