Adolescentes do sexo masculino podem começar a frequentar o urologista assim que a puberdade der seus primeiros sinais, independentemente da idade, de forma semelhante ao que costuma ocorrer com as garotas.
“Quando a menina entra na puberdade, ela é levada ao ginecologista de maneira automática. Ele passa a ser o médico de confiança dela, cria-se um sentimento de acolhimento, de segurança”, diz Daniel Zylbersztejn, membro da SBU (Sociedade Brasileira de Urologia).
Segundo Zylbersztejn, em garotos é mais comum deixar em segundo plano a preocupação com visitas regulares ao médico, o que pode ser prejudicial para uma vida saudável.
Frequentar um médico não tem a função exclusiva de tratar doenças —como a varicocele, condição que afeta as veias do escroto, acomete até 25% dos adolescentes, é assintomática e pode levar à infertilidade. Também serve para esclarecer dúvidas em um período rico para o surgimento delas.
E não são só abordadas questões sexuais nessa fase. Vacinas, por exemplo, são outro tema relevante a ser considerado nas consultas —coberturas vacinais em adolescentes costumam não ser altas.
A falta de costume de ir ao médico pode também se estender para o resto da vida. Em pesquisa Datafolha encomendada em 2017 pela SBU, pelo Instituto Oncoguia e pela Bayer, 38% dos homens com 40 anos ou mais não frequentavam o urologista. Para 21% da população masculina, o exame de toque retal, essencial para detecção do câncer de próstata, “não é coisa de homem”.
O especialista da SBU, coordenador da campanha de conscientização #VemProUro, afirma que o ideal é ter um médico de confiança, seja um urologista ou um clínico geral.
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