Após mortes por coronavírus na Itália, União Europeia pede a países que evitem medidas extremas

Executivo do bloco quer evitar controle nas fronteiras internas; comissão libera 100 milhões de euros para vacinas

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Bruxelas

A Comissão Europeia (o Executivo europeu) afirmou nesta segunda (24) que não há uma situação de emergência no bloco devido à disseminação do novo coronavirus e pediu aos países que não tornem medidas extremas sem uma coordenação com os outros membros.

Uma das preocupações é que países retomem o controle nas fronteiras internas, provocando mais distúrbios no bloco. Desde a criação do espaço Schengen (1985), só em ocasiões de alto risco, como ameaças terroristas, há controle temporário da passagem entre os 26 países europeus que integram o perímetro.

Nunca houve um caso de controle por motivo fitossanitário.

Solados italianos patrulham a entrada da pequena cidade de Vo Vecchio, na região norte do país, que vive um surto da covid-19, doença causada pelo novo coronavírus - Marco Sabadin/AFP

Em comunicado na tarde desta segunda, a Comissão afirmou que já está em curso um plano de contingência, a capacidade hospitalar do bloco está sendo mapeada e não há motivo para alarme. Segundo a porta-voz da entidade Vivian Loonela, o número de casos na Europa “ainda é muito limitado”.

A ECDC (agência europeia para controle e prevenção de doenças) registrava até a noite desta segunda, além dos 220 casos reportados pela Itália, outros 48 casos, na Alemanha (16), Reino Unido (13), França (12, com uma morte), Espanha e Rússia (2 em cada) e um caso na Bélgica, na Finlândia e na Suécia.

Por enquanto, países têm reforçado a vigilância sanitária em aeroportos e principais pontos de entrada. Na noite de domingo (23), porém, dois trens que seguiam da Itália para a Áustria chegaram a ser parados porque passageiros tossiam. A viagem foi liberada depois de exames que não constataram contaminação pelo coronavírus.

Na França, um ônibus que vinha de Milão foi barrado em Lyon nesta segunda, porque um dos motoristas, italiano, tossia muito. Os passageiros foram liberados e o motorista, encaminhado para exames.

Stella Kyriakides, comissária para Saúde e Segurança Alimentar, afirmou que qualquer decisão de restabelecer fronteiras no espaço Schengen deve ser "baseada numa avaliação dos riscos credível e em provas científicas".

Até a tarde desta segunda, a Organização Mundial de Saúde não recomendava restrições à locomoção dentro da Europa. Nesta terça, uma missão comum da entidade da ONU e da agência de saúde europeia farão uma visita ao norte da Italia, região mais afetada pela epidemia.

O bloco europeu também anunciou nesta segunda que está destinando € 230 milhões (R$ 1,15 bi) para ajudar no combate à doença, dos quais €100 milhões são para pesquisa de vacinas.

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