Sob pressão, Reino Unido diz que coronavírus não justifica fechar escolas

Para governo britânico, medida extrema não evita contágio e pode reduzir até 3% do PIB do país

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Bruxelas

O Reino Unido é o único dos maiores países da Europa a manter abertas suas escolas. Apesar de críticas crescentes, o primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson disse que não há justificativa científica para suspender aulas indiscriminadamente e que a medida pode ser contraproducente.

Nos cálculos do governo britânico, deixar sem aulas por um mês seus 7 milhões de alunos pode reduzir 3% de seu Produto Interno Bruto, já que muitos trabalhadores teriam que ficar em casa para cuidar das crianças.

​A falta de opções para deixar os filhos é uma das principais queixas nos países que fecharam totalmente as escolas —até o começo da tarde desta sexta (13), eles já eram 28; outros 3 suspenderam as aulas em parte do território.

Foram oito novos anúncios nesta sexta, dia em que a OMS anunciou que é a Europa o novo epicentro da pandemia de coronavírus.

Portugal, um dos que anunciaram a suspensão total das aulas nesta sexta, vai garantir dois terços do salário dos trabalhadores que precisarem ficar em casa por causa de filhos menores de 12 anos (um terço será bancado pelo governo).

A Bélgica manterá abertas as creches, e, como a Áustria, afirmou que alunos poderão ficar nos edifícios escolares, sob responsabilidade dos funcionários. A Hungria, que anunciou sua decisão à noite, disse que as aulas serão dadas online, recomendação também feita pela Bélgica para o ensino médio.

O governo belga solicitou aos pais que não deixem as crianças com os avós. Os idosos são a faixa etária mais suscetível a complicações da doença, e a probabilidade de maiores de 80 anos que se contaminam chegarem à morte vai até 15%, segundo estudos feitos na China.

O contato diário com os netos, que circulam por outros lugares, pode acabar levando o coronavírus para dentro da casa dos avós.

Organizações sociais chamaram a atenção para o fato de que, nos bairros mais pobres, muitas famílias dependem das refeições escolares. Não há anúncio de alternativas para esses casos em nenhum dos países que suspenderam aulas.

O governo do Reino Unido tem argumentado também que os mais jovens são os menos vulneráveis à covid-19, doença causada pelo coronavírus.

Uma das principais pressões sobre o governo britânico vem da Irlanda do Norte, já que a vizinha Irlanda decretou na quinta a suspensão das aulas em todos os níveis escolares.


VEJA OS PAÍSES QUE SUSPENDERAM AULAS

(até as 18h de 13.mar)

Suspensão total

Albânia
Bélgica
Bulgária
Croácia
Dinamarca
Eslováquia
Eslovênia
Espanha
Estônia
França
Grécia
Hungria
Irlanda
Islândia
Itália
Letônia
Lituânia
Luxemburgo
Macedônia do Norte
Malta
Moldávia
Noruega
Polônia
Portugal
República Tcheca
Suíça
Turquia (território pertencente à Europa e à Ásia)
Ucrânia

Fechamento parcial

Alemanha
Áustria
Bósnia e Herzegovina
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