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Com aceleração da Covid-19, Brasil tem tendência pior que Itália, Espanha e EUA

Epicentros da doença já desaceleravam neste momento da pandemia, ainda que tivessem mais casos

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São Paulo

O balanço de mortes dos dois últimos dias pela Covid-19, que foram recordes, colocou o Brasil numa rota perigosa: enquanto a tendência aqui é de aceleração no 44o dia após a primeira vítima, países que já foram epicentro da doença desaceleravam ou ao menos estabilizavam o ritmo de crescimento de óbitos.

China, Itália, Espanha e até os Estados Unidos, atualmente a maior vítima da doença, passavam a ter diminuição ou manutenção de mortes diárias nesta etapa da pandemia.

Nesta quarta (29), o Ministério da Saúde do governo Bolsonaro registrou 449 novas mortes no país, o segundo pior dia da epidemia. O recorde havia sido no dia anterior, com 474 novos óbitos, que fez o Brasil passar a China no número total de vítimas.

Em números absolutos, o Brasil tem menos mortes que todos esses países que já foram o epicentro do vírus (só ultrapassou a China). Aqui são 5.466, que coloca o país em 9º na lista de mais atingidos pela doença. Os Estados Unidos têm 58.355 óbitos; Itália, 27.359; e Espanha, 23.822.

O problema é que, se aqui o ritmo seguir em alta, poderá ter mais vítimas que esses outros países.

Mesmo sendo nações desenvolvidas, o sistema hospitalar nesses outros locais colapsou (não tinham mais como atender novos pacientes), especialmente na Itália e nos Estados Unidos.

As informações disponíveis apontam que vem perdendo força no Brasil a quarentena, uma das principais armas para segurar a expansão da doença. Pesquisa Datafolha mostrou que o apoio popular à restrição caiu de 60% para 52%, entre o começo e o fim deste mês.

Na semana passada, o ritmo no Brasil de novas mortes parecia que poderia desacelerar. Depois do dia 23, uma quinta-feira, houve três quedas seguidas no número de mortes registradas diariamente. Naquele intervalo, o número de novas vítimas caiu de 452 para 229.

Mas, desde segunda-feira (27), o ritmo voltou a acelerar.

A reportagem considerou dados do Ministério da Saúde brasileiro e da Universidade Johns Hopkins, que sistematiza informações dos países.

São dados oficiais registrados, ou seja, podem estar sujeitos à subnotificação.

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