Descrição de chapéu Coronavírus

Doria anuncia mais centros de testes da Coronavac e diz estar aberto ao diálogo com Bolsonaro

Objetivo é ampliar o número de voluntários para finalizar a pesquisa de eficácia e solicitar aval da Anvisa

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São Paulo

O governo estadual de São Paulo anunciou nesta sexta-feira (23) que criará mais seis centros de pesquisa para testes da Coronavac, vacina desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac e que será produzida no país pelo Instituto Butantan.

Os centros, sob a supervisão do Instituto Emílio Ribas, funcionarão nos hospitais estaduais de Guaianases (zona leste de SP), Regional Sul (zona sul), Mandaqui (zona norte), Osasco (Grande São Paulo) e duas unidades na Universidade Municipal de São Caetano do Sul (ABC). Os novos locais de pesquisa se juntam aos 16 que já estão em funcionamento no país.

As regiões escolhidas ficam em áreas periféricas da capital paulista e da Grande São Paulo porque são áreas em que a taxa de contaminação se mostrou maior, segundo afirmou o governador João Doria (PSDB) em entrevista à imprensa no Palácio dos Bandeirantes.

A ampliação dos locais de testes busca aumentar o número de voluntários e, assim, alcançar mais rápido a marca de 61 participantes da pesquisa contaminados pelo novo coronavírus. Só com essa quantidade de infectados é possível concluir a fase de comprovação da eficácia da Coronavac e enviar o dossiê da vacina para aprovação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).

Os voluntários para os testes precisam ser profissionais da área da saúde que estejam em contato com pacientes com Covid-19. Até o momento, segundo Doria, 9.039 pessoas participam da pesquisa.

A coletiva ainda contou com a presença do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que fez questão de dizer que é amigo do governador de SP e que não o recebeu na última quarta-feira (21), em Brasília, porque estava indisposto e não por outro motivo.

Maia cancelou o encontro com o tucano logo após o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ter respondido a uma internauta nas redes sociais que não compraria a Coronavac, desautorizando, assim, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, que, no dia anterior, havia anunciado acordo com o estado de São Paulo para a compra de 46 milhões de doses da imunizante.

O presidente da Câmara disse ainda que, quando a vacina estiver autorizada pela Anvisa, vai iniciar o diálogo com o presidente Bolsonaro e o ministro da Saúde para que a imunização seja disponível para todos os brasileiros. Segundo Maia, escolhendo “bons interlocutores, a solução sempre aparece”.

Doria também fez um "apelo" ao diálogo e disse que atenderá prontamente um eventual convite para conversar com Bolsonaro.

"Estou aberto ao diálogo, a dialogar e construir um programa que permita que brasileiros sejam salvos pela vacina, pela orientação correta, pela compaixão e pelo distanciamento de posições ideológicos, colocando o povo brasileiro como prioridade. Basta o presidente me convidar e estarei em Brasília para o diálogo. Na mesma hora. Estou disposto ao diálogo e quero convidar você, presidente, a fazer o mesmo."

Questionado sobre quais medidas o governo do estado poderia tomar caso a Coronavac não seja incluída no Plano Nacional de Imunização, Doria mostrou-se persistente. "Vamos até limite do possível, esgotando pelo entendimento, pelo diálogo. Mas se, pelo diálogo, nós não tivermos o alcance daquilo que é necessário para salvar a vida de brasileiros, sejam os brasileiros de São Paulo sejam os brasileiros de outros estados, você não tenha a menor dúvida: adotaremos todas as medidas que forem necessárias."

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