Descrição de chapéu Coronavírus Textos liberados

Brasil passa dos 163 mil mortos pela Covid-19, mostra consórcio de imprensa

País registrou 47.724 casos, devido a represamento de dados; maior parte dos estados voltou a conseguir registrar mortes no sistema do Ministério da Saúde

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

São Paulo

O Brasil registrou 564 mortes pela Covid-19 e 47.724 casos, nesta quarta-feira (11). Com isso, o país chegou a 163.406 óbitos e a 5.749.007 pessoas infectadas pelo novo coronavírus desde o início da pandemia.

Nos últimos dias, diversos estados não apresentaram dados atualizados devido a problemas no sistema do Ministério da Saúde. Nesta quarta, somente Minas Gerais não apresentou atualizações por esse motivo.

O salto no número de casos ocorre principalmente pela ausência dos dados de São Paulo desde o último dia 6. A falta de atualizações ocorreu por causa do problema no sistema do ministério. Com os dados acumulados, o estado registrou 190 óbitos e 24.936 casos, nesta quarta.

O sistema do Ministério da Saúde havia sido afetado por um ataque cibernético, que também levou a interrupção de processos do STJ (Superior Tribunal de Justiça).

Além dos dados diários do consórcio, a Folha também mostra a chamada média móvel. O recurso estatístico busca dar uma visão melhor da evolução da doença, pois atenua números isolados que fujam do padrão. A média móvel é calculada somando o resultado dos últimos sete dias, dividindo por sete.

De acordo com os dados coletados até as 20h, a média de mortes nos últimos sete dias é de 319, o que representa um cenário de queda em relação à média de 14 dias atrás. Nas últimas semanas, o país variou entre situações de queda da média e estabilidade. A média, porém, também foi afetada pelo apagão de dados de alguns estados, tornando-se, portanto, menor.

Os dados são fruto de colaboração inédita entre Folha, UOL, O Estado de S. Paulo, Extra, O Globo e G1 para reunir e divulgar os números relativos à pandemia do novo coronavírus. As informações são coletadas diretamente com as Secretarias de Saúde estaduais.

Mortes nos estados

  • AC

    1 (total 757)

  • AL

    5 (total 2.399)

  • AM

    13 (total 5.062)

  • AP

    Não informou os dados (total 864)

  • BA

    28 (total 8.748)

  • CE

    12 (total 9.909)

  • DF

    9 (total 4.132)

  • ES

    31 (total 4.727)

  • GO

    8 (total 6.659)

  • MA

    5 (total 4.413)

  • MG

    76 (total 11.009)

  • MS

    16 (total 2.009)

  • MT

    13 (total 4.316)

  • PA

    9 (total 7.051)

  • PB

    16 (total 3.523)

  • PE

    22 (total 9.383)

  • PI

    9 (total 2.764)

  • PR

    41 (total 7.153)

  • RJ

    147 (total 24.351)

  • RN

    16 (total 2.854)

  • RO

    8 (total 1.689)

  • RR

    3 (total 772)

  • RS

    63 (total 8.007)

  • SC

    54 (total 4.652)

  • SE

    7 (total 2.394)

  • SP

    197 (total 44.878)

  • TO

    2 (total 1.212)

Somente o Sul apresenta crescimento da média móvel de mortes. O Nordeste está em situação de estabilidade e as demais regiões estão em queda.

Amapá, Espírito Santo, Paraná, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Roraima e Santa Catarina apresentam aumento da média móvel de mortes em relação a 14 dias atrás. Acre, Bahia, Distrito Federal, Maranhão, Mato Grosso, Paraíba e Rondônia estão em situação de estabilidade. Os outros estados se encontram em situação de queda da média.

Vale lembrar que em ambos os casos o cenário foi afetado pela ausência de dados de diversos estados nos últimos dias.

O Brasil tem uma taxa de 78 mortos por 100 mil habitantes. Os Estados Unidos, que têm o maior número absoluto de mortos (240.838), e o Reino Unido (50.457), ambos à frente do Brasil na pandemia (ou seja, começaram a sofrer com o problema antes), têm 73,3 e 75,9 mortos para cada 100 mil habitantes, respectivamente.

O Brasil também já ultrapassou a taxa da Itália de mortes por 100 mil habitantes (71,1).

O México, que ultrapassou o Reino Unido em número de mortos e já contabiliza 95.842 óbitos, tem 76 mortes para cada 100 mil habitantes.

Na América do Sul, chama a atenção também o número de mortos por 100 mil habitantes do Peru: 109,4. O país tem 34.992 óbitos pela Covid-19.

A Índia é o terceiro país, atrás apenas de EUA e Brasil, com maior número de mortes pela Covid-19, com 127.571 óbitos. Lá, devido ao tamanho da população, a taxa proporcional é de 9,4 óbitos por 100 mil habitantes.

Na Argentina, onde a pandemia desembarcou nove dias mais tarde que no Brasil e que seguiu uma quarentena muito mais rígida, o índice é de 76,8 mortes por 100 mil habitantes (34.183 óbitos).

Já os dados divulgados pelo Ministério da Saúde nesta quarta-feira (11) apontam 48.331 novos casos de Covid-19 confirmados nas últimas 24h, com 544 novas mortes.

Com os novos dados, o total de casos da doença no balanço federal já chega a 5.748.375 casos confirmados, com 163.373 óbitos.

Os números, porém, não incluem novas mortes em Minas Gerais —que ainda registra dificuldade de acesso aos sistemas do ministério para notificação de mortes pela doença.

O problema vem sendo registrado desde a última quinta (5). No mesmo dia, o Ministério da Saúde informou ter identificado um vírus, o que levou à desativação de parte da rede da pasta.

Outros estados que ainda estavam com dificuldade de envio dos dados retomaram o acesso, informa o ministério. Segundo a pasta, porém, novos casos e mortes registrados nesta quarta "podem não refletir o acumulado de eventos pendentes desde a paralisação dos sistemas." A previsão é que os dados sejam atualizados nos próximos dias.

A iniciativa do consórcio de veículos de imprensa ocorre em resposta às atitudes do governo Jair Bolsonaro (sem partido), que ameaçou sonegar dados, atrasou boletins sobre a doença e tirou informações do ar, com a interrupção da divulgação dos totais de casos e mortes. Além disso, o governo divulgou dados conflitantes.​​​​​​

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.