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Vacinação contra Covid poderia começar quase imediatamente após aval da Anvisa, diz Pfizer

Empresa se compromete com a entrega até os pontos de vacinação a serem escolhidos pelo governo

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Brasília

O presidente da Pfizer no Brasil, Carlos Murillo, disse que é possível começar a vacinação quase imediatamente após um registro emergencial da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).

Murillo acredita que, dependendo do avanço das conversas e das análises pelos órgãos brasileiros, o processo de vacinação possa ter início em janeiro.

“Estamos trabalhando para começar a vacinar quase imediatamente após recebida a aprovação de uso emergencial por parte da Anvisa”, afirmou, citando que, no caso do Reino Unido, a autorização sanitária foi dada na semana passada e a vacinação começou nesta terça-feira (8).

Segundo ele, a empresa se compromete com a entrega das doses até os pontos de vacinação a serem definidos pelo governo, e não apenas descarregar as doses num aeroporto, por exemplo.

Também disse que a empresa tem contêineres portáteis capazes de transportar as vacinas na temperatura necessária (-70ºC) e armazená-las por até 30 dias. Em cada unidade seria possível carregar quase 5.000 doses da vacina. Se for necessário usar apenas parte do carregamento, a caixa pode ser aberta por até dois minutos.

O armazenamento do imunizante da Pfizer é um dos desafios para que o Brasil possa usar o produto em larga escala.

A empresa afirma que a contêiner portátil é uma opção viável para a distribuição em vários centros de vacinação, mas, se o local contar com ultracongelador, o imunizante pode ficar armazenado até a data de validade.

“A companhia está trabalhando e entende a importância e complexidade logística por trás disso. A oferta da companhia é que a vacina seja entregue aos pontos de vacinação, que têm que ser trabalhados e acordados com os governos. É esse ponto que ainda teremos que trabalhar com o Ministério da Saúde”, disse Murillo em debate na Câmara sobre a situação do imunizante da empresa.

Aos deputados Murillo informou que a vacina da Pfizer utiliza as mesmas seringas e agulhas disponibilizadas pelo Plano Nacional de Imunização.

Questionado sobre a possibilidade de municípios comprarem doses da vacina, Murillo disse que o ideal é que o acordo seja firmado com o governo federal.

“O quantitativo de doses disponível é realmente limitado. Todo nosso esforço tem que ser em assinar com o governo federal e para que o governo federal faça a distribuição que considera mais correta em relação ao quantitativo que tem”, declarou.

Ministério assina carta de intenção para comprar vacina da Pfizer

O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, informou nesta terça-feira que o Brasil assinou uma carta de intenção para a compra de 70 milhões de doses da vacina desenvolvida pela americana Pfizer em parceria com a empresa BioNTech.

Na noite anterior, a pasta havia divulgado em nota que as negociações estavam adiantadas para a aquisição da vacina.

A imunização da Pfizer começou a ser usada nesta terça pelas autoridades do Reino Unido, que iniciaram um programa de vacinação. A vacina havia obtido uma autorização para uso emergencial na semana passada. As autoridades regulatórias americanas também divulgaram nesta terça-feira uma análise preliminar da vacina da Pfizer, que confirmou sua eficácia.

O ministro disse ainda que o país já tem 300 milhões de dose a partir do ano que vem. São 100 milhões da Astrazeneca, 160 milhões dessa vacina a serem produzidas pela Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) e mais 40 milhões do consórcio internacional Covax Facility.

“Além da Pfizer, que hoje começou a vacinar os grupos prioritários na Inglaterra. E nós do governo federal atentos as primeiras soluções que ocorrem no mundo, já assinamos a carta de intenções garantindo mais de 70 milhões de doses dessa vacina para o Brasil”, disse o ministro.

“Vale ressaltar que qualquer vacina aprovada e certificada pela Anvisa, será comprada pelo governo federal e distribuída para toda a população que desejar ser vacinada.

O anúncio surpreendeu porque os próprios técnicos do Ministério da Saúde ressaltavam a dificuldade de incorporação do imunizante ao plano de vacinação nacional, devido às dificuldades de armazenagem em temperaturas muito baixas.

Na logística brasileira não há, hoje, ultracongeladores para isso na chamada Rede de Frio, do Programa Nacional de Imunização brasileiro.

Hoje, o padrão de manutenção de vacinas no mundo é feito em refrigeradores, com temperaturas que variam entre 2°C e 8°C. É o que encontramos nas geladeiras caseiras.

As imunizações contra a febre amarela e a poliomielite, especificamente, exigem armazenamento em temperaturas mais baixas (-15ºC a -25ºC), em equipamentos como os freezers científicos. Antes de serem ministradas, as duas vacinas migram para a temperatura "padrão" dos refrigeradores, de 2°C e 8°C, onde podem ficar por até um mês.

Na segunda-feira, o Ministério da Saúde anunciou a liberação de R$ 59,4 milhões para PNI (Programa Nacional de Imunização) para enfrentar a Covid-19 com a compra de equipamentos de refrigeração para armazenar vacinas.

Segundo a pasta, os recursos foram instituídos em caráter excepcional e temporário, por meio de portaria publicada nesta segunda, no DOU (Diário Oficial da União).

O dinheiro será repassado a todos os estados em parcela única para a aquisição dos equipamentos. De acordo com a pasta, as CIBs (Comissões lntergestores Bipartite) –entre estado e município– e o colegiado de gestão de saúde do Distrito Federal definirão as unidades a serem beneficiadas, como entre salas de vacinas dos municípios com mais de 100 mil habitantes, centrais de rede de frio de instâncias municipais, regionais e estaduais.​ A entrega dos equipamentos será feita diretamente pelos estados a municípios.

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