Descrição de chapéu Coronavírus

'Essa de 50% é uma boa?', pergunta Bolsonaro ao ironizar eficácia da Coronavac

Vacina tem eficácia geral de 50,38% contra a Covid-19, anunciou o Butantan; presidente depois disse que comprará qualquer imunizante aprovado pela Anvisa

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Brasília

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ironizou nesta quarta-feira (13) o percentual de eficácia apresentado pelo Instituto Butantan para a Coronavac, vacina contra a Covid-19.

Após controvérsia acerca dos números divulgados na semana passada, o instituto detalhou na terça-feira (12) que o imunizante tem eficácia geral de 50,38%, informação antecipada pela Folha.

"Essa de 50% é uma boa?", indagou Bolsonaro a um apoiador que o abordou sobre a vacina no jardim do Palácio da Alvorada.

"O que eu apanhei por causa disso. Agora estão vendo a verdade. Estou há quatro meses apanhando por causa da vacina. Entre eu e a vacina tem a Anvisa. Eu não sou irresponsável. Não estou a fim de agradar quem quer que seja", disse Bolsonaro na interação que foi gravada e publicada por um canal bolsonarista na internet.

O percentual de eficácia foi informado à Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) no pedido de registro emergencial da vacina e está acima dos 50% requeridos universalmente para considerar um imunizante viável.

O dado divulgado nesta terça indica que a vacina reduz em 50% a chance de desenvolver a Covid-19 em qualquer intensidade, desde casos muito leves, com os sintomas mais brandos, até os mais graves.

Além disso, a vacina tem eficácia de 78% na prevenção de casos leves da doença.

Em resposta publicada em uma rede social, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), chamou de "lamentável" a declaração do presidente.

"Ao invés de comemorar o fato de o Brasil ter um imunizante seguro e eficaz para combater a pandemia, ele ironiza a vacina. Enquanto brasileiros perdem vidas e empregos, Bolsonaro brinca de ser presidente", escreveu.

Cientistas defenderam a vacina, dizendo que ela é segura e mais fácil de ser administrada porque não requer ultracongeladores em temperaturas baixíssimas, e disseram que o importante é garantir uma boa cobertura vacinal.

O apoiador respondeu a Bolsonaro que a vacina mais segura é a desenvolvida na parceria entre AstraZeneca e a Universidade de Oxford, e o presidente reagiu dizendo que comprará qualquer imunizante aprovado pela Anvisa.

"Não, é a vacina que passar pela Anvisa, seja qual for. Passou por lá... Já assinei um crédito de R$ 20 bilhões para comprar."

Uma outra apoiadora disse na conversa com Bolsonaro que só tomaria vacina quando o presidente se imunizasse. "Eu já fui infectado", respondeu Bolsonaro.

O Ministério da Saúde avalia iniciar a imunização contra a Covid em um evento no Palácio do Planalto na próxima terça (19) com governadores. A ideia é vacinar um idoso e um profissional de saúde. A agenda, porém, ainda não foi confirmada.

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