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Brasil bate recorde e supera EUA em novas mortes por Covid por milhão de habitantes

Brasileiros vivem pior momento da pandemia, enquanto americanos veem queda de óbitos

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São Paulo

O número de novas mortes por Covid-19 no Brasil superou na quarta (3) o dos Estados Unidos, considerando a proporção de habitantes de cada país.

Com 1.840 novas mortes (recorde até o momento), o Brasil teve, na quarta, uma média móvel de 6,3 novos registros de óbitos para cada um milhão de pessoas.

Nos EUA, foram 2.468 novas mortes, o que representa 5,5 mortes por milhão, também considerando a média móvel.

A tendência é que a diferença entre os dois países aumente, pois nos EUA os óbitos estão em queda, enquanto o Brasil tem vivido seguidos recordes de novas mortes.

Esse tipo de métrica possibilita comparar o impacto da pandemia nos países, independentemente do tamanho das populações.

No total da pandemia, os americanos ainda são os que mais perderam pessoas devido à pandemia. Mas, neste momento, os números indicam que a situação brasileira é pior.

Os EUA estão num processo acelerado de vacinação da população, já chegando a 23,8% de cobertura. O Brasil está atrás nessa corrida (apenas 3,5%) e ainda enfrenta o espalhamento da variante de Manaus, mais transmissível que o novo coronavírus original.

Esta não foi a primeira vez em que o Brasil passou à frente dos EUA em número relativo de mortes. De maio a outubro, quando o Brasil atravessou sua fase mais aguda da pandemia em 2020, os registros diários brasileiros também superaram os americanos.

No fim do ano, porém, os EUA viram uma escalada de contaminações, enquanto no Brasil houve queda de casos. A partir de meados de fevereiro, o número de óbitos entre os americanos começou a cair de forma consistente, ao passo que por aqui a tendência já era de alta acelerada.

Em relação aos países com mais de 10 milhões de habitantes, o Brasil estava, no fim da manhã desta quinta (4), no segundo lugar do ranking de novos óbitos relativos ao tamanho da população (os dados foram extraídos às 12h).

Em primeiro lugar aparece a República Tcheca (17 mortes por milhão). A atualização dos dados feita nesta quarta pelo Our World in Data, grupo da Universidade Oxford, fez o Brasil ficar à frente do Peru e do México, países que tinham mais mortes proporcionais até a noite de quarta.

O Brasil vive atualmente a maior crise de saúde de toda a pandemia.

Nesta semana, segundo balanço feito pela Folha, dez capitais têm UTIs com ocupação superior a 90%.

Apenas nos dois primeiros meses deste ano, o Brasil perdeu quase 65 mil pessoas para a Covid-19. Há 42 dias, há mais de mil registros diários, em média.

Desde o início da pandemia, são 259,4 mil mortes, segundo maior número absoluto no mundo —fica atrás dos EUA, com 520.071 óbitos, segundo dados do monitoramento da Universidade Johns Hopkins.

Proporcionalmente à população, o Brasil está em 26º lugar no ranking de óbitos, com 1.220 por milhão, considerando todo o período da pandemia e todos os países analisados, independentemente do número de habitantes.

O primeiro do ranking é San Marino, com 2.209 mortos por milhão, seguido da República Tcheca (1.955) e da Bélgica (1.912).

Erramos: o texto foi alterado

Diferentemente do publicado inicialmente, os EUA têm, nesta quinta-feira (4), 520.071 mortes por Covid-19, e não 331 mil. A informação foi corrigida. 

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