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Kalil anuncia reabertura em BH e diz que abre e fecha não acaba se não houver disciplina

Depois de um mês e meio, capital mineira volta a abrir comércio a partir de quinta (22)

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Belo Horizonte

Os serviços considerados não essenciais poderão voltar a abrir na próxima quinta-feira (22), em Belo Horizonte, depois de um mês e meio de fechamento.

O anúncio foi feito nesta segunda-feira pelo prefeito Alexandre Kalil (PSD) e deve ser publicado na terça (20) no Diário Oficial. A decisão anunciada agora, segundo o governo, foi baseada em uma melhora nos índices gerais da pandemia e na curva em tendência de queda.

Kalil anunciou reabertura gradual das atividades em BH a partir da quinta (22) e de aulas presenciais a partir da próxima segunda
Kalil anunciou reabertura gradual das atividades em BH a partir de quinta (22) e de aulas presenciais a partir da próxima segunda - Amira Hissa/PBH/Divulgação

"Chegamos em números que custaram muito a esse pobre povo do Brasil e hoje temos um conforto de nos dar esse tipo de abertura na cidade de Belo Horizonte. Essa intermitência de abre e fecha não acaba se não tiver disciplina”, afirmou Kalil.

Atividades como academias, shopping centers, bares e restaurantes voltam a abrir, seguindo protocolos e horários determinados pela prefeitura. Ainda não podem retornar feiras de rua, clubes, museus, cinemas e congressos.

Cultos religiosos e missas devem seguir a restrição de ocupação de uma pessoa a cada 7 m2. Parques terão abertura gradual avaliando caso a caso — o parque municipal ainda não reabrirá porque um gambá com sinais de raiva foi encontrado no local, o que exigirá vacinação dos animais que vivem no parque, incluindo cerca de 2.000 gatos.

A prefeitura também manteve restrições aos domingos —supermercados, padarias, lanchonetes e similares só podem abrir de segunda a sábado; aos domingos só está autorizado o delivery.

Segundo o próprio Kalil, a intenção era anunciar a reabertura na quarta-feira passada, mas o comitê que assessora as decisões da prefeitura no combate à pandemia o desaconselhou e ele “se rendeu à ciência”.

“Claro que o ideal seria o lockdown, ficar em casa 21 dias, recebendo auxílio emergencial de R$ 600, assim a gente controlaria a pandemia. A gente levou em consideração não só esses parâmetros [indicadores da pandemia] mas os parâmetros da crise social e econômica”, explicou o infectologista voluntário do comitê, Unaí Tupinambás.

De acordo com os indicadores divulgados pelo secretário municipal de saúde, Jackson Machado, nesta segunda-feira a capital mineira registrava taxa de ocupação de UTIs para Covid-19 de 81,1% e de 58,9% em leitos de enfermaria. Na semana passada, a ocupação de UTIs era de 88,1%, enquanto a de enfermarias era de 69,6%.

Ainda segundo o secretário, 36 pessoas aguardam transferência para leitos de UTI nas UPAs (Unidades de Pronto-Atendimento) da cidade; na semana anterior, a fila de espera tinha 228 pacientes.

“Essa queda [nos índices] nos aconselha a dizer que, neste momento, não há incoerência [na decisão de reabrir]. É um sinal que precisávamos para achar que o momento é oportuno”, afirmou o secretário de saúde.

RETOMADA DAS AULAS

Além da reabertura do comércio, a prefeitura anunciou ainda a retomada das aulas presenciais em BH a partir do dia 26 de abril para creches e educação infantil, com crianças de 0 a 5 anos e 8 meses, nas redes municipal e privada.

A ideia é um funcionamento com as chamadas bolhas ou células — professor e alunos não terão interação com outros grupos e estarão em isolamento entre si.

O avanço para as próximas faixas etárias, incluindo universidades, dependerá do cenário epidemiológico nas próximas semanas.

Kalil também falou sobre a falta de diálogo com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) para coordenação de medidas nacionais. “Eu sou prefeito de Belo Horizonte, uai. Se o governador de São Paulo não consegue [falar com o presidente], se o governador do Rio de Janeiro não consegue, se o Bolsonaro não me recebe, só se eu conversar com ele por sinal de fumaça”, declarou.

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