O Ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse que irá enviar 600 mil testes rápidos para o Maranhão para que possa ser feita a busca ativa de novos infectados pela variante indiana. Ele teme que possa ocorrer uma transmissão comunitária.
A intenção é fazer uma busca ativa em pessoas sintomáticas e assintomáticas. A previsão é que os testes sejam encaminhados neste domingo (23) para que se faça barreiras sanitárias em aeroportos e fronteiras.
Para isso, serão testadas pessoas em rodoviárias federais, estaduais, aeroportos e outras vias de acesso, evitando que um eventual infectado propague a nova cepa para outras unidades da federação. A declaração foi dada em coletiva neste sábado (22).
A ideia é que as equipes de saúde façam a triagem dos passageiros, buscando casos sintomáticos e assintomáticos. As pessoas farão primeiro um teste rápido, caso tenha dado positivo fará o teste RT-PCR.
Em caso positivo para o RT-PCR, a pessoa também será isolada e será feita a análise genômica para saber se corresponde a variante indiana.
“Qualquer passageiro que tiver um teste rápido positivo fará RT-PCR com a pesquisa genômica com o intuito de possibilitar uma possibilidade da variante indiana. Estamos atentos a outros casos que surjam nos estados e a conduta será a mesma.”
Ônibus e carros que forem provenientes do Maranhão também passarão por ações de monitoramento no Terminal do Tietê, em São Paulo, e nas rodovias Dutra e Fernão Dias. Isso será feito em parceria com a Polícia Rodoviária Federal.
O Ministério da Saúde tem a previsão de ampliar essas medidas para todo o país e pretende distribuir ainda neste mês 2,4 milhões de testes rápidos para outras regiões. A intenção é dar prioridades para regiões de fronteira.
“Esses 2,4 milhões iremos distribuir preferencialmente em regiões de fronteiras com Argentina, Paraguai e também em aeroportos onde tenha trânsito de passageiros internacionais. Mas vamos adquirir mais testes para fortalecer o programa como um todo.”
Na última semana, o governo brasileiro anunciou a suspensão temporária de voos vindos da Índia, da África do Sul e do Reino Unido, devido ao risco de propagação da variante do coronavírus identificada no país asiático como B.1.617 e classificada de preocupação global pela OMS (Organização Mundial da Saúde).
Os primeiros casos da variante indiana do coronavírus Sars-CoV-2 no Brasil foram confirmados nesta quinta-feira (20) no estado do Maranhão.
A Secretaria Estadual de Saúde do Maranhão informou que a variante B.1.617 foi detectada em seis amostras coletadas em tripulantes do navio MV Shandong da ZHI, com bandeira de Hong Kong, ancorado em alto-mar na costa de São Luís, desde o dia 7 de maio.
Um dos tripulantes da embarcação, de nacionalidade indiana, está internado em uma UTI (Unidade de Terapia Intensiva) de um hospital particular de São Luís desde o sábado passado (15). Ele precisou ser levado de helicóptero do navio até a unidade de saúde.
Nas redes sociais, o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), demonstrou insatisfação com a falta de diálogo entre a Saúde e o estado. "Ele [Queiroga] diz que debateu sobre o Maranhão com os secretários municipais de Saúde de São Paulo e do Rio. E com o prefeito de Guarulhos. Menos com o governo do Maranhão. É impossível até entender o que eles farão."
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.