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Contra variante delta, SP estuda antecipar aplicação de 2ª dose de vacina

Centro de Contingência irá discutir diminuição do intervalo de aplicação de 90 para 60 dias para os imunizantes da Pfizer e AstraZeneca

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São Paulo

O Centro de Contingência de São Paulo estuda antecipar a aplicação da segunda dose da vacina contra a Covid-19 para tentar conter o avanço da variante delta no estado.

Os integrantes do centro avaliam a possibilidade de reduzir de 90 para 60 dias o intervalo entre as doses dos imunizantes da AstraZeneca e Pfizer para garantir a imunidade completa em quem já teve a primeira aplicação.

No entanto, há divergências sobre a alteração, já que a mudança pode adiar o início da vacinação de faixas etárias mais jovens.

Nesta quarta (7), o governador João Doria (PSDB) anunciou que a compra de 4 milhões de doses adicionais da Coronavac, diretamente com o laboratório chinês Sinovac, vai permitir a antecipação da vacinação em São Paulo. Não foi informado como será essa antecipação, se será por faixa etária ou para adiantar a aplicação da segunda dose.

Uma reunião foi marcada para esta quinta (8) para decidir o tema.

Na segunda (5), a Prefeitura de São Paulo confirmou o primeiro caso de um morador da cidade com a nova variante. Segundo a gestão municipal, há indícios de que o homem tenha sido infectado por transmissão comunitária.

O governo teme que a presença da variante delta, que se espalha muito mais rapidamente, possa aumentar novamente o número de casos graves de Covid-19 no estado. Por isso, a proposta de antecipar a aplicação da segunda dose, já que garantiria a imunização completa a pessoas de faixas etárias mais elevadas ou com maior risco para a doença.

“Pela sua velocidade, pela rápida disseminação, é provável que a variante delta seja a de maior predominância no mundo. Ela é muito preocupante”, disse Dimas Covas, diretor do Instituto Butantan.

Ele defendeu que se deve considerar a possibilidade de antecipação da segunda dose. “Embora as vacinas possam não responder bem à variante, o fato de ter a imunidade completa ajuda substancialmente. É uma medida que tem que ser considerada e é correta.”

A disponibilização das vacinas por parte do Ministério da Saúde e a demora na imunização das demais faixas etárias são os fatores de resistência à medida. Segundo Jean Gorinchteyn, secretário de Saúde de São Paulo, a antecipação depende do envio de novos doses dos imunizantes dessas duas marcas.

“Precisamos ter mais doses dessas vacinas para que esse intervalo reduzido possa ser estabelecido. Sem esse alento, sem a liberação do Ministério da Saúde, por mais que essa decisão aconteça [de antecipar a segunda aplicação], haverá entraves operacionais”, disse o secretário.

Doria também anunciou que o Instituto Butantan irá antecipar em um mês a entrega de 100 milhões doses da Coronavac ao Ministério da Saúde. O contrato previa a entrega até 30 de setembro, mas o governador afirmou que elas estarão disponíveis até 31 de agosto.

O Butantan já entregou 53 milhões doses e enviará mais 10 milhões na próxima semana. Ainda segundo Doria, no dia 14 de julho está prevista a chegada de mais 12 mil litros de insumo para a produção de 20 milhões de doses.

"Até 31 de agosto vamos cumprir integralmente o compromisso previsto inicialmente para o fim de setembro. Há senso de urgência para salvar vidas", disse o governador.

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