Descrição de chapéu Coronavírus Prevent Senior

Bancada bolsonarista vai tentar barrar CPI da Prevent na Assembleia Legislativa de SP

Sessão deve ser nesta quarta (6); comissão depende do apoio de ao menos 48 deputados

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

São Paulo

Deputados estaduais que integram a bancada bolsonarista na Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo) vão tentar impedir a votação em que se decidirá sobre a urgência da implantação de uma CPI para investigar a conduta da operadora de saúde Prevent Senior durante a pandemia de Covid-19.

A votação está marcada para a tarde desta quarta-feira (6). Para a comissão ser aprovada, é necessário o apoio de aos menos 48 dos 94 parlamentares.

Deputados reunidos em plenário da Alesp
Instauração da CPI da Prevent Senior será votada em plenário da Alesp nesta quarta-feira (6) - Divulgação/Alesp

O projeto de resolução que cria a CPI foi protocolado no dia 27 de setembro. Agora, a tramitação urgente será apreciada pelos parlamentares em plenário.

A deputada Janaina Paschoal (PSL) afirmou que irá pedir verificação de votos e usar outros recursos previstos em regimento para barrar a deliberação.

Deputada estadual mais votada da história, Janaina mantém relação ambígua com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), alternando críticas e elogios. Nos últimos tempos, contudo, a defesa do governo federal tem prevalecido.

Segundo Janaina, a estratégia de obstrução da CPI na Alesp conta com apoio de deputados do PSL, PRTB e PTB. "Talvez outros partidos venham conosco, estamos conversando", disse.

A parlamentar afirma conhecer vários clientes da Prevent Senior que estão satisfeitos com o atendimento prestado nas unidades e não acha justo "olhar para trás com a mentalidade de hoje para julgar as ações desenvolvidas no início de uma pandemia em um momento em que ninguém sabia como enfrentar essa doença".

Os deputados Douglas Garcia (PTB) e Valéria Bolsonaro (PRTB) confirmaram que se juntarão ao pedido de obstrução.

Garcia tem se pronunciado com frequência sobre o assunto nas redes sociais. "Estamos articulando e conversando com os deputados para que votem não à instalação da CPI da Prevent Senior na Alesp", escreveu em sua página em uma rede social.

O protocolo para a instalação da CPI da Prevent Senior recebeu o apoio de 40 parlamentares. O apoio mínimo para a tramitação do projeto era 32.

Antes de ir à votação no plenário, o projeto de resolução que cria a CPI foi publicado no Diário Oficial do estado e aprovado por PSDB, PT no colégio de líderes dos partidos em sessão nesta segunda-feira (4).

O presidente da Alesp, deputado Carlão Pignatari (PSDB), defende a urgência da CPI, que deverá pedir documentos das investigações feitas pela comissão formada na Câmara dos Deputados em Brasília.

Na última sexta-feira (1º), funcionários da Prevent Senior organizaram uma manifestação a favor da empresa. O ato partiu da sede administrativa da operadora, na unidade Paraíso, e seguiu até o Monumento às Bandeiras, no Ibirapuera, próximo da Alesp.

Mas a ofensiva contra a operadora tem sido bem mais intensa que as ações em sua defesa. Além da CPI da Covid no Senado e do projeto de investigação parlamentar que tramita no Legislativo paulista, pesa contra a Prevent uma CPI na Câmara Municipal de São Paulo, aprovada na quinta-feira (30).

Há, ainda, uma frente de apurações conduzidas pela ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar).

Nesta terça-feira (5), a Folha revelou que 7 dos 13 hospitais da operadora de saúde funcionam na capital paulista sem licença obrigatória emitida pela prefeitura.

Além disso, uma das unidades, Alto da Mooca, mantém o pronto-socorro aberto desde 2012 sem alvará emitido pela Vigilância Sanitária.

Erramos: o texto foi alterado

Versão anterior deste texto afirmou incorretamente que o PTB aprovou o projeto de resolução da CPI da Prevent no colégio de líderes

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.