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Vacinação de crianças no Brasil está no plano de imunização contra Covid de 2022

Governo quer dose de reforço em quem tem de 12 a 59 anos, e uma dose por semestre para acima de 60 anos e imunossuprimidos

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Brasília

O Ministério da Saúde planeja vacinar crianças contra a Covid em 2022 caso a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprove a a imunização. Para esse público, a previsão é de 70 milhões de doses.

A declaração foi dada pelo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, em coletiva de imprensa nesta sexta-feira (8).

Criança recebe dose de vacina contra a Covid em San Salvador, em El Salvador - Marvin Recinos - 22.set.2021/AFP

Além das duas doses que seriam aplicadas por criança, o planejamento é distribuir apenas dose de reforço no público de 12 a 59 anos, e uma dose por semestre para a população com idade superior e imunossuprimidos.

Ainda não há pedidos na Anvisa para que libere a aplicação de doses em crianças. A Pfizer pediu a FDA, agência reguladora dos Estados Unidos, a autorização de uso emergencial de sua vacina contra a Covid-19 em crianças de 5 a 11 anos.

A vacinação será realizada por faixa etária, começando pelos mais velhos e terminando nos mais novos.

Como a Folha já tinha adiantado, o Ministério da Saúde prioriza a compra de doses das vacinas da Pfizer e da AstraZeneca para a campanha de imunização contra a Covid-19 em 2022.

A pasta planeja utilizar cerca de 340 milhões de doses para o próximo ano. Para isso, usaria 134,9 milhões de vacinas que seriam da sobra de 2021.

A ideia é garantir mais 100 milhões de doses da Pfizer, podendo ampliar para mais 50 milhões de doses.

Já da AstraZeneca o planejamento é de 120 milhões, podendo aumentar para mais 60 milhões de doses.

Rodrigo Cruz, secretário-executivo do Ministério da Saúde, disse que o investimento estimado é de R$ 11 bilhões.

“A gente está discutindo com o Ministério da Economia a possibilidade de abrir um crédito extraordinário para firmar o contrato agora e a gente vai calibrar. Mas a mensagem que o Ministério da Economia passa é que não faltará orçamento para essas despesas”.

Marcelo Queiroga fala com a imprensa em Brasília - Ueslei Marcelino - 8.out.2021/Reuters

Como a Folha tem mostrado, há apenas R$ 3,9 bilhões reservados no projeto de orçamento de 2022 para a compra de vacinas da Covid-19, dentro de um bolo de R$ 7,1 bilhões direcionados às ações contra a pandemia.

Queiroga ressaltou que pode considerar o uso da Coronavac no próximo ano caso o Instituto Butantan obtenha o registro definitivo da vacina. Atualmente, o imunizante tem apenas o registro emergencial na Anvisa.

“Se outra vacina, como a da Coronavac, lograr o registro definitivo, pode ser considerada. Precisa ser avaliada pela Conitec. A vacina da Janssen também, se lograr o registro definitivo, pode ser incorporada pela Conitec”, afirmou.

O Instituto Butantan disse, em nota, que a Anvisa recebeu dados de imunogenicodade da Coronavac, documentação necessária para oficializar o pedido de registro definitivo da vacina do Butantan, em 20 de novembro.

“A partir desta data, iniciou-se a discussão sobre as metodologias utilizadas, o que fez com que houvesse esse atraso nos resultados dos testes de imunogenicidade. Se houvesse tido consenso nos métodos propostos pelo instituto, o processo já estaria concluído e o registro definitivo da Coronavac já teria sido concedido", informou o instituto em nota.

Já a Anvisa disse foram apresentadas duas propostas de metodologia para imunogenicidade pelo Instituto Butantan. As propostas não foram consideradas adequadas pela Anvisa, pois não cumpriam com as exigências e parâmetros científicos para avaliação de imunogenicidade de uma vacina.

“O critério utilizado pela Anvisa na avaliação da Coronavac foi o mesmo utilizado para todas as demais vacinas autorizadas no Brasil”, disse a agência reguladora.

O ministro da Saúde avaliou na coletiva que o próximo ano pode ser o fim do período pandêmico.

“Eu não disse que previa o fim da pandemia, eu disse que era possível. Quem fez esse tipo de avaliação foram técnicos da Fiocruz. Do ponto de vista terminativo, quem reconheceu a pandemia foi a OMS e seria ela também que reconheceria o caráter do período pandêmico”.

Rosana Leite de Melo, secretária extraordinária de enfrentamento à Covid-19, explicou que compete ao Ministério da Saúde determinar o fim da declaração de emergência internacional.

No entanto, existem critérios, como taxa de incidência, taxa de internação hospitalar, situação da pandemia no país e no mundo.

“Finalizando a emergência vai finalizar entre aspas a pandemia [no Brasil]” O vírus vai acabar? Provavelmente, não. Ele vai pular de um determinado status para outro. Isso que a gente colocou no desafio de se realizar um planejamento”.

O ministro da Saúde chegou a dizer que planeja flexibilizar o uso de máscara no Brasil em breve. Segundo ele, leis que obrigam o uso de máscara são ineficazes, o ideal é conscientizar a população.

“Quando cheguei eu falei em pátria de máscara. Hoje temos uma situação bem mais equilibrada e já podemos pensar, desde que o contexto vá cada dia melhorando e que a campanha vá ampliando, em flexibilizar o uso de máscara ao ar livre, por exemplo”

“Para quando? Espero que o mais breve possível, estamos trabalhando para isso. O nosso problema não é máscara, a gente tem é que desmascarar determinadas pessoas que ficam com narrativas que não se sustentam.”

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