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Internações por asma aumentam 50,7% na rede pública em São Paulo

Dados do primeiro trimestre deste ano são superiores aos registrados no mesmo período dos últimos cinco anos, segundo governo

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São Paulo

De janeiro a março de 2023, as internações por asma aumentaram em 50,7% no estado de São Paulo. Nos atendimentos ambulatoriais, a alta foi de 20,3%. Os números referem-se à rede SUS (Sistema Único de Saúde) paulista.

No período, foram registradas 4.416 hospitalizações e 15.910 atendimentos ambulatoriais no estado; no primeiro trimestre de 2022, houve 2.929 internações e 13.216 atendimentos. Os números são superiores aos registrados nos primeiros três meses dos últimos cinco anos, segundo a Secretaria Estadual da Saúde.

"O inverno é um período de risco para quem tem asma, tanto pelas mudanças do tempo quanto pelo aumento das infecções virais. Nesta época do ano, é normal aumentar a procura pelo pronto-socorro por crises asmáticas, inclusive com internações" disse Samia Rached, pneumologista do ambulatório de asma grave do Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP.

O menino Vitor faz inalação no Hospital Infantil Menino Jesus, na Bela Vista, região central de são Paulo
O menino Vitor faz inalação no Hospital Infantil Menino Jesus, na Bela Vista, região central de são Paulo - Rubens Cavallari - 24.jun.2019/Folhapress

"É importante usar os medicamentos da forma como os médicos orientam, além de se proteger: evitar contato com pessoas com gripes e resfriados, tomar as vacinas que previnem doenças respiratórias e evitar contato com o que pode desencadear uma crise", completa a médica.

Nos primeiros três meses de 2022, em relação ao mesmo período do ano anterior, já havia sido registrado um aumento de 90,8% nas internações (1.452 em 2021) e 101,7% nos atendimentos ambulatoriais (6.926 em 2021) por asma.

Os números contabilizados de janeiro a dezembro de 2022 também superaram os de 2021, mas em menor proporção. Foram 15.533 internações, comparadas a 11.551 em 2021, um aumento de 34,4%; e 60.804 atendimentos ambulatoriais, contra 40.974 em 2021 —o equivalente a 48,3% de aumento.

A asma é um processo inflamatório das vias respiratórias que causa o estreitamento dos brônquios — canais por onde passa o ar nos pulmões. A doença provoca tosse seca, chiado no peito, sensação de pressão nos pulmões, falta de ar e dificuldade para respirar. A pessoa afetada pela condição possui mais dificuldade para expelir o ar dos pulmões do que para inspirar, o que dá a sensação de sufocamento.

O agravamento da doença está ligado a crises alérgicas, contato com fumaça, gases químicos, produtos de limpeza com cheiro forte, perfumes, infecções virais, poluição, exposição ao tempo frio, pólen e a micro-organismos, como ácaros e fungos, que se proliferam em ambientes com muita poeira, quentes e úmidos. A causa é desconhecida e, segundo especialistas, envolve fatores genéticos e ambientais.

Os sintomas, a gravidade da doença e os gatilhos que levam ao agravamento variam muito de pessoa para pessoa. O tratamento é individualizado e, em geral, por meio de medicamentos que atuam para desinflamar os brônquios ou atenuar os sintomas.

A asma não tem cura, mas permite uma vida normal, sem impedimentos à prática de atividades físicas, ao desempenho regular no trabalho ou nos estudos.

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