Descrição de chapéu Coronavírus

AstraZeneca para de fabricar e distribuir vacina contra a Covid

Farmacêutica afirma que há excedente de imunizantes atualizados disponíveis atualmente

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São Paulo

A farmacêutica AstraZeneca parou de fabricar a vacina contra a Covid, segundo informações divulgadas pelo jornal britânico The Telegraph e confirmadas pela Folha.

Em nota divulgada para a imprensa, a farmacêutica afirmou que foram desenvolvidas múltiplas vacinas contra variantes da doença e há um excedente de imunizantes atualizados disponíveis. Isso, segundo a empresa, levou a uma diminuição da procura pela AstraZeneca, que parou de ser fabricada e distribuída.

Em um dos processos, homem alega ter tido visão comprometida após tomar vacina da Pfizer
Profissional de saúde com dose de vacina na mão - Sebastian Gollnow/dpa/picture alliance

A farmacêutica diz ainda que vai trabalhar com os órgãos reguladores e parceiros para alinhar a conclusão dessa etapa de enfrentamento à pandemia.

"De acordo com estimativas independentes, mais de 6,5 milhões de vidas foram salvas só no primeiro ano de utilização e mais de três bilhões de doses foram distribuídas", diz a nota da empresa. "O nosso trabalho foi reconhecido pelos governos de todo o mundo e é amplamente considerado como tendo sido um componente crítico para acabar com a pandemia global".

A vacina, no entanto, já deixou de ser recomendada e não é mais usada pelo Ministério da Saúde como reforço contra a Covid desde o início do ano passado.

No início do mês, a circulação de informações sobre documentos judiciais em que a farmacêutica teria reportado um efeito colateral muito raro causado pela vacina levou o Ministério da Saúde brasileiro a divulgar um comunicado sobre a segurança do imunizante.

Segundo o ministério, grupos e páginas antivacina espalharam conteúdos enganosos sobre o ocorrido.

O comunicado afirma que após o uso em massa da vacina da AstraZeneca foi identificado um "evento adverso muito raro, o que significa menos de um caso para cada 10 mil doses administradas, chamado conhecido como trombose com trombocitopenia." São casos incomuns de coagulação sanguínea associados a baixas contagens de plaquetas.

O fato, segundo o órgão federal, ocorreu em 2021, quando a Agência Europeia de Medicamentos concluiu que casos de coágulos sanguíneos que surgiram em vacinados pela AstraZeneca deveriam ser listados como efeitos colaterais "muito raros".

No ano passado, a Fiocruz, que produz a AstraZeneca no Brasil, afirmou que os efeitos adversos são extremamente raros e possivelmente associados a fatores de risco individuais.

"É muito importante entender que os eventos trombóticos e tromboembólicos associados à infecção SARS-CoV-2, observados nos pacientes com Covid-19, são muito maiores quando comparados aos eventos supostamente atribuíveis à vacinação ou imunização", diz o comunicado do Ministério da Saúde. "Isso significa que o risco de tromboembolismo venoso é duas a seis vezes maior em pacientes que pegaram Covid-19 do que em pessoas sem a infecção. E isso não tem nada a ver com a vacinação contra a doença".

Procurada, a Fiocruz disse, em nota, que a vacina contra Covid Oxford/AstraZeneca, produzida pela Fiocruz no Brasil, foi utilizada durante a pandemia seguindo orientação e recomendações da OMS (Organização Mundial da Saúde), e foi considerada uma estratégia eficaz para salvar vidas em um momento de alto risco de doença grave.

O imunizante, com eficácia geral de 82%, recebeu registro da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância em Saúde), mediante análise de todos os dados de segurança e eficácia. Mais de 190 milhões de doses da vacina foram aplicadas no pais.

Pela dinâmica da pandemia, a AstraZeneca optou por não atualizar o imunizante para as novas variantes do vírus. Desde 2021, a Fiocruz vem investindo esforços no desenvolvimento de uma plataforma de vacinas mRNA, tendo sido o Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos) da Fiocruz selecionado pela OMS como centro para desenvolvimento e produção de vacinas com tecnologia de RNA mensageiro na América Latina.

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