Veja como cuidar da saúde dos ossos na menopausa

Edição da newsletter Cuide-se dá dicas para prevenir a perda óssea

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São Paulo

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É natural que, ao envelhecer, nosso corpo tenha perda de massa óssea, com índices que chegam até 2% de redução ao ano após os 50 anos.

Sim, mas o quanto isso é normal e quando vira um problema? Há como prevenir ou remediar essa perda? Ouvi duas especialistas que ajudam a responder a essas questões.

Primeiro, é importante saber o que faz os ossos ficarem mais frágeis. São dois os motivos principais:

  1. Com o envelhecimento, as células responsáveis por fazer o fortalecimento dos ossos vão tendo sua produção reduzida;

  2. Ao mesmo tempo, a taxa de reabsorção do cálcio presente no osso é aumentada, no que processo que é chamado de osteopenia.

É comum que essa perda de massa óssea leve muitos anos para chegar a um ponto preocupante, quando há aumento no risco de fraturas. Existem casos, porém, em que ela é acelerada por diferentes fatores:

Predisposição hereditária: pessoas que têm histórico na família de fraturas ou de osteoporose são mais predispostas a carregar elas também o risco de enfraquecimento ósseo.

Fatores ambientais: tabagismo, sobrepeso e a dieta com baixo consumo de cálcio e proteínas.

Pós-menopausa: muitas mulheres têm um risco aumentado nesse período.

  • Por quê? O estrogênio, principal hormônio feminino que tem sua produção reduzida após a menopausa, regula a perda óssea. Em baixa taxa, ele não consegue repor o cálcio e a reabsorção do osso é acelerada.

Cerca de uma em cada três mulheres com mais de 50 anos vão apresentar alguma fragilidade ou fratura óssea, e até uma em cada quatro dessas (24%) podem morrer da condição mais grave, que é a fratura de quadril, um ano após o acidente inicial, segundo pesquisa da Osteoporosis Foundation.

Pesquisadores apontam dois caminhos para tentar impedir a perda óssea pós-menopausa:

1. Reposição hormonal. É feita através de comprimidos ou injeções de estrogênio. Ajuda a colocar um "freio" na queda de estrogênio livre e, assim, impedir a absorção de cálcio.

  • "Nos dez primeiros anos após a menopausa, se não houver contraindicação, faço a reposição hormonal e reduzo drasticamente o risco de osteoporose", afirma a médica da Associação Brasileira Ortopédica de Ortometabolismo, Cecília Richard.

2. Suplementação de cálcio. Uma alimentação rica em derivados de leite e proteínas oferece a quantidade necessária do mineral —cerca de mil miligramas por dia. Uma dieta restritiva, como veganas ou vegetarianas, ou com baixo consumo de carnes e laticínios, não consegue fornecer totalmente a quantidade necessária de cálcio.

  • Nem todo vegano ou vegetariano, porém, vai necessariamente ter osteoporose, mas é um fator de risco complementar. A reumatologista Laura Mendonça recomenda reposição com suplementos.

Há como prevenir a perda óssea? Sim, mas especialistas sugerem que a prevenção da osteoporose não seja uma preocupação somente para pessoas com mais de 60 anos, quando a perda óssea já é uma realidade.

A prevenção deve começar cedo, com a prática de atividade física. Ela ajuda a fortalecer amusculatura, que protege os ossos. A Dr. Cecília Richard pontua que, dessa forma, "idosos, por exemplo, podem sofrer queda, mas ela não vai ter um impacto tão forte quanto em uma pessoa que não está em forma física adequada".

Novidades: em março, o Ministério da Saúde incorporou dois novos tratamentos para a osteoporose.

  • Teriparatida, um análogo do hormônio paratireioide (PTH), que impede a reabsorção de cálcio;

  • romosozumabe, anti-reabsortivo e ósteo-formador, impedindo a reabsorção e ajudando na recomposição do osso.

A nova diretriz, que deve ser publicada em breve, irá garantir o acesso para pacientes no SUS.

CIÊNCIA PARA VIVER MELHOR

Novidades e estudos sobre saúde e bem-estar

  • Perspectivas para tratar o alcoolismo. O uso da semaglutida (Ozempic), remédio indicado para o tratamento de diabetes tipo 2 e obesidade, reduz o consumo de álcool pela metade, sugere um estudo feito pela Universidade de Gothenburg. De acordo com a pesquisa, a droga age diminuindo o desejo de consumo por bebida alcoólica.
  • Desigualdade no acesso a tratamentos de câncer. O risco de morrer por um segundo tipo da doença após desenvolver câncer de mama é 12% maior para mulheres negras e 8% para as hispânicas do que para as brancas, segundo uma pesquisa com 44.000 mulheres feita pela Escola de Medicina John Hopkins, nos Estados Unidos. Houve ainda um risco 44% maior de doença cardíaca em mulheres negras em relação às demais pacientes oncológicas.
  • Carrinhos de supermercado podem ajudar a identificar casos de arritmia cardíaca. A constatação foi feita em estudo conduzido pela Universidade John Moores de Liverpool e apresentado na reunião anual da Sociedade Europeia de Cardiologia, em junho. Sensores localizados no punho dos carrinhos identificaram 59 pacientes com fibrilação atrial. Do total, 20 tinham diagnóstico prévio e 39 foram novos diagnósticos.
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