Descrição de chapéu AIDS

Jovens têm alta de casos de infecções sexualmente transmissíveis

Edição da newsletter Cuide-se avalia causas do retorno de ISTs e importância de prevenir

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São Paulo

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Nos últimos anos, médicos e especialistas de saúde têm alertado sobre o aumento de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs, antigas DSTs). O crescimento é notado em todas as faixas etárias, mas jovens de 15 a 24 anos estão em maior risco devido a um agravante: o abandono do uso de preservativos.

Nesta semana, vamos falar sobre o retorno de algumas destas condições e a importância da educação sexual e prevenção no combate às ISTs.

Aula de educação sexual em colégio em São Paulo - Karime Xavier - 03.dez.18/Folhapress

Jovens em risco para ISTs

Nos últimos anos, o país registrou um aumento generalizado de ISTs, inclusive nas faixas etárias mais velhas. Segundo a Pesquisa Nacional de Saúde, do IBGE, foram registrados 1 milhão de novos diagnósticos de ISTs em 2019.

A sífilis, por exemplo, passou de uma taxa de 59,1 casos a cada cem mil para 78,5, em 2021, e as novas infecções por HIV, que estavam em queda no país, desaceleraram a redução e passaram a subir de 2019 para cá.

Dados do Ministério da Saúde apontam que, na última década, mais de 52 mil jovens que tinham HIV passaram a desenvolver Aids. Enquanto isso, o uso de preservativos nesta faixa etária caiu de 47%, em 2017, para 22%, em 2019.

E ainda pior: o período da pandemia da Covid-19 viu explodir o uso de aplicativos de relacionamento virtual, com a prática de sexo sem camisinha se tornando indiscriminada entre os usuários.

Mas a que se deve a subida?

Especialistas em saúde explicam que essa tendência pode ser atribuída a diversos fatores, entre eles mudanças comportamentais, falta de educação sexual adequada e barreiras de acesso a métodos de prevenção.

  • Outras medidas, como a queda na vacinação contra algumas das infecções preveníveis por vacina, como hepatites e HPV, também podem ajudar a explicar esse aumento

A falsa sensação de segurança é outro comportamento que pode contribuir para esse aumento. É o mesmo observado com outras doenças infectocontagiosas: o fato de não terem convivido ou tido contato próximo com pessoas que adoeceram e morreram de Aids, por exemplo, faz com que muitos jovens minimizem os riscos associados às ISTs.

Educação sexual importa

Um dos meios mais eficazes para o combate às ISTs entre os jovens é a educação.

  • Na escola: a promoção de programas educativos em escolas e diálogo com o público jovem para fornecer informações precisas e relevantes sobre sexualidade, riscos e prevenção é fundamental.

  • Em casa: encorajar o diálogo aberto entre pais e filhos pode desmistificar tabus e disseminar conhecimento confiável.

Camisinhas importam, mas não só

Outro ponto que os estudiosos em ISTs, principalmente HIV/Aids destacam hoje é que os preservativos continuam desempenhando um papel vital na prevenção de ISTs, mas não são os únicos: existem outros métodos de prevenção a ISTs.

1. Uso das profilaxias pré (PrEP) e pós (PEP) exposição. Tanto a profilaxia, quanto os preservativos, são distribuídos gratuitamente pelo SUS (Sistema Único de Saúde).

2. Vacinação, especialmente contra HPV. Em 2022, o país apresentou as menores taxas de cobertura vacinal de HPV, tanto em meninas quanto meninos de 9 a 14 anos.

A pasta da Saúde também promove campanhas de conscientização e ações junto às populações mais vulneráveis para o risco de ISTs e durante o Carnaval, para o público jovem, e no Dia Mundial de Combate ao HIV/Aids, no dia 1˚ de dezembro.


CIÊNCIA PARA VIVER MELHOR

Novidades e estudos sobre saúde e ciência

  • Remédio não é para todos. Só uma pequena parcela de indivíduos com Alzheimer precoce pode se beneficiar dos avanços em medicamentos, segundo um estudo da Sociedade Americana de Neurologia publicado na revista Neurology. Nos ensaios clínicos, só 8% dos pacientes com Alzheimer precoce atendiam aos critérios de elegibilidade do lecanemab, produzido pela Biogen, e 5% do aducanumabe, da Eli Lilly.
  • Dieta mediterrânea previne mortes por câncer. O risco de mortalidade por qualquer tipo de doença é reduzido em 29% para pessoas que aderem à dieta mediterrânea em relação ao grupo controle, e para mortalidade para câncer, 28% menor. Os resultados do estudo da Escola de Saúde Pública de Harvard com aproximadamente 111 mil pessoas de 40 a 75 anos de idade no Reino Unido apontaram que uma dieta mediterrânea prolonga o tempo de vida em comparação aos indivíduos que não tinham esse hábito.
  • Pessoas ansiosas controlam menos emoções. A região conhecida como córtex pré-frontal, responsável por controlar nossas ações, pode ser utilizada de forma diferente em pessoas ansiosas. Mapeando o cérebro de 52 pessoas com e sem ansiedade, os pesquisadores da Universidade de Nijmegen, na Holanda, viram que as pessoas ansiosas controlam menos suas emoções e por isso evitam algumas situações sociais. A pesquisa foi publicada na Nature Communications.
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