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Tomo vacina bivalente contra Covid agora ou espero a versão atualizada?

Especialistas dizem que imunizantes atuais já oferecem boa proteção

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São Paulo

Você já recebeu duas doses da vacina contra Covid e uma ou duas doses de reforço (dependendo da sua idade), então, seu esquema vacinal está completo e não precisa mais se preocupar com isso. Se está pensando isso, vale repensar e ir agora mesmo tomar a bivalente.

Além disso, segundo especialistas, não é preciso esperar por versões atualizadas do imunizante.

"Ter vacinas disponíveis na mais nova versão do vírus [Sars-Cov-2] é algo praticamente impossível", diz Renato Kfouri, presidente do departamento de imunologia da SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria). "Não vamos esperar a última versão de uma nova vacina porque assim que chegar aqui vai ter outra variante circulando."

Dois homens mais velhos esperam, em fila, sob o sol, ao ar livre, aplicação da vacina bivalente em Unidade Básica de Saúde de São Paulo; ao fundo, um pôster sobre vacinação
Pessoas esperam aplicação da vacina bivalente em UBS na capital paulista - Rubens Cavallari - 27.fev.2023/Folhapress

A opinião é compartilhada por Raquel Stucchi, infectologista e professora da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas).

"Teremos as vacinas atualizadas para as novas variantes para o ano que vem, provavelmente, não será para este ano", diz Stucchi. "Então, com o objetivo de diminuir o risco de termos uma nova onda de internações com pacientes graves, é importante que as pessoas atualizem a sua vacinação já."

Atualmente, o reforço com a bivalente está disponível para todo o público acima de 18 anos de idade. Quem ainda não tomou uma nova dose pode buscá-la em Unidades Básicas de Saúde.

As bivalentes são versões atualizadas dos imunizantes contra Covid contendo a cepa original de Wuhan combinada com a ômicron, atualmente a predominante em todo o mundo.

O estado de São Paulo disponibiliza um site no qual é possível encontrar postos de vacinação próximos.

A Prefeitura de São Paulo mantém o site De Olho na Fila, em que é possível verificar os postos em funcionamento na cidade e as vacinas disponíveis em cada um deles.

Reportagem de junho da Folha mostrou que, até aquele mês, só 13% do público elegível no Brasil havia tomado a dose bivalente, com uma cobertura especialmente baixa entre os mais jovens.

Segundo Kfouri, as cepas encontradas em circulação pelo país atualmente são subvariantes da ômicron. Isso leva a uma boa ação do imunizante bivalente da Pfizer disponível no Brasil, desenvolvido já com subvariantes da ômicron (mais especificamente a linhagem BA.4/5) em mente.

Recentemente, o Ministério da Saúde anunciou o primeiro caso no Brasil de detecção da linhagem EG.5, que descende da XBB.1.9.2, que por sua vez é derivada da XBB.1.5 da ômicron. A EG.5 foi reportada pela primeira vez em 17 de fevereiro e é considerada uma subvariante de interesse.

Kfouri ressalta que ainda não é possível ter uma previsibilidade na Covid semelhante ao que se vê na gripe, na qual é possível antever com um grau razoável de segurança qual será a cepa dominante no hemisfério Sul no próximo ano.

Dessa forma, a vacina para o ano seguinte começa a ser preparada no ano anterior. "Isso faz com que a gente tenha tempo o suficiente para produzir vacinas com pareamento maior do que está na vacina e do que está circulando", diz o especialista.

O presidente do departamento de imunologia da SBP defende, ainda, a ideia de ampliação da aplicação da bivalente para maiores de 12 anos. "O ministério necessita diminuir urgentemente a idade", afirma.

Entre os dias 20 e 26 de agosto, houve 143 mortes por Covid e 13.161 novos casos da doença no país. Os números representam um aumento de 23% e 61% respectivamente em relação à semana epidemiológica anterior, de 13 a 19 de agosto. Os dados são do Ministério da Saúde.

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