Ganhadora do Nobel de Medicina não acreditou em anúncio e lembrou da mãe

Húngara é a 13ª mulher a vencer o prêmio

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Estocolmo | AFP

A bioquímica húngara Katalin Karikó, 68, diz que não acreditou que havia sido escolhida para o Prêmio Nobel de Medicina deste ano ao –ado do colega americano Drew Weissman, 64. Os dois foram premiados por seus trabalhos sobre RNA mensageiro, que abriram o caminho para o desenvolvimento das vacinas contra a Covid-19.

A cientista declarou à rádio sueca SR que não acreditou na notícia do Nobel em um primeiro momento e que acompanhou a cerimônia ao vivo, com muita emoção.

Karikó contou ainda que pensou na mãe, já falecida, que ouvia o anúncio do Nobel com a esperança de que o nome da filha fosse citado. "Ela escutava todos os anos. Infelizmente, ela morreu há cinco anos, aos 89 anos. Talvez nos escute no céu", afirmou.

Katalin Karikó e Drew Weissman, vencedores do Nobel de Medicina 2023 - Divulgação/Nobel Prize

O Nobel é particularmente gratificante para a pesquisadora, 13ª mulher a vencer o prêmio de Medicina, já que durante anos ela trabalhou às sombras e lutou muito para convencer seus superiores da importância de estudar o RNA mensageiro.

Karikó não obteve subsídios para suas pesquisas e chegou a ser nomeada para postos menores na Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos, onde desenvolveu seus estudos.

Reconhecimento

Karikó e Weissman trabalham juntos na Universidade da Pensilvânia e já venceram diversos prêmios por seus trabalhos, incluindo o Lasker Award, considerado uma honraria que antecipa o Nobel.

Também venceram o Prêmio Princesa das Astúrias, em 2021, que compartilharam com outros cientistas.

"Os vencedores contribuíram para o desenvolvimento, a um ritmo sem precedentes, de uma vacina durante uma das maiores ameaças para a saúde da humanidade nos tempos modernos", justificou o comitê do Nobel.

Ao contrário das vacinas tradicionais, que utilizam vírus enfraquecidos ou pedaços de proteínas de vírus, a técnica do RNA mensageiro utiliza moléculas que informam às células quais proteínas devem produzir.

O processo simula uma infecção e treina o sistema imunológico para o momento de enfrentar um vírus real.

A ideia foi demonstrada pela primeira vez em 1990, mas apenas em meados da década de 2000 Weissman e Karikó desenvolveram uma forma de controlar a resposta inflamatória que os animais sofreram nos experimentos, abrindo caminho para o desenvolvimento de vacinas seguras para humanos.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.