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Aumento de casos de Covid em 2024 coloca país em alerta

Edição da newsletter Cuide-se cita medidas de prevenção após subida de infecções pós-Carnaval

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São Paulo

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Covid em 2024? Pois é, as infecções pelo coronavírus cresceram nas sete primeiras semanas do ano no país. Nesta semana, explico por que a Covid ainda preocupa.

Teste rápido de Covid-19 - Julio Cesar Bazanini/USP Imagens

Casos de Covid voltam a crescer no país

Desde o final de dezembro até o último dia 17 de fevereiro, os casos de Covid voltaram a crescer no país. De 31 de dezembro a 6 de janeiro foram registrados cerca de 19 mil casos da doença. O número saltou para mais de 45 mil casos na última semana, de 11 a 17 de fevereiro. Um aumento de 137% só nos primeiros 48 dias do ano.

Houve alta das internações em hospitais privados após o Carnaval. Dados do boletim InfoGripe, da Fiocruz, indicam que a tendência de alta continua no longo prazo em pelo menos sete estados do país —ES, GO, MT, MS, RJ, SC e SP.

Em São Paulo, o aumento de infecções provocou um esgotamento dos testes em farmácias e laboratórios após o feriado.

E agora, devo usar máscara?

É importante ter em mente que a Covid ainda é um risco. Houve queda significativa na mortalidade, impulsionada pela ampla vacinação da população e também pela parcela que teve algum grau de imunização por infecção prévia, mas ela pode ser fatal —são cerca de 200 mortes por semana só em 2024.

Por isso mesmo, é importante notar que alguns cuidados continuam os mesmos. O principal é a proteção dos grupos de maior risco para adoecimento grave —como idosos acima de 65 anos, pessoas com comorbidades, transplantados, imunossuprimidos ou em tratamento para câncer. Seguem valendo aquelas indicações de isolamento em caso de suspeita e uso de máscaras, preferencialmente do tipo PFF2.

A vacina é um importante aliado para reduzir o risco de hospitalização e morte. Um estudo de pesquisadores da Agência de Saúde Nacional inglesa mostrou que a imunização reduz o risco de hospitalização e morte por Covid mesmo após seis meses da última dose, período em que há uma queda natural dos anticorpos induzidos por vacina no corpo.

Pessoas mais velhas, com idade superior a 80 anos, têm maior risco de morte e, portanto, devem receber um esquema vacinal novo a cada seis meses, quando essa proteção tende a cair.

Crianças ainda morrem por Covid

No Brasil, um dado que chama a atenção é como, proporcionalmente, a mortalidade por Covid é maior nas crianças de até dois anos do que no grupo geral, segundo a Fiocruz.

O infectologista Renato Kfouri, vice-presidente da SBIm (Sociedade Brasileira de Imunizações), explica que esse grupo ainda não se infectou pelo coronavírus e não foi imunizado, o que os coloca em maior risco para síndrome respiratória grave.

"As crianças que nasceram nos últimos dois anos nunca viram o vírus e não tomaram vacina. Por isso, em 2024, a campanha de vacinação passa a ser só para esses grupos", afirmou.

E as vacinas?

A Covid pode ser a mesma, mas o vírus Sars-CoV-2 continua evoluindo e, em alguns casos, conseguindo escapar da proteção dos anticorpos produzidos após a vacina. Por essa razão, vacinas atualizadas, contendo as formas do vírus predominantes naquele momento, são importantes. A partir de março, a campanha de vacinação contra Covid deve utilizar essa nova formulação, segundo a secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente, Ethel Maciel.

Restrita para alguns grupos considerados prioritários, a campanha de vacinação anual deve incluir pessoas maiores de seis meses e menores de cinco anos, idosos e outros casos (veja aqui).

CIÊNCIA PARA VIVER MELHOR

Novidades e estudos sobre saúde e ciência

  • Imunoterapia é mais eficaz do que CAR-T em teste contra mieloma. Um novo tratamento com imunoterapia teve sucesso em testes em laboratório contra mieloma, um tipo de câncer que afeta as células conhecidas como glóbulos brancos. A droga teve mais sucesso do que a terapia CAR-T, onde células do sistema imune são geneticamente modificadas para combater o tumor. O estudo foi feito por pesquisadores do Centro de Pesquisa Nacional do Câncer da Espanha e publicado na revista Science Translational Medicine.

  • Crianças negras têm quatro vezes mais risco de complicações após apendicite do que brancas. Um estudo conduzido no Reino Unido apontou que crianças negras que passam por uma operação de emergência para remoção do apêndice, um órgão acessório localizado no trato digestivo, têm quatro vezes mais risco de apresentar complicações do que as brancas. Apesar de ser um procedimento comum e com taxa de mortalidade baixa, a pesquisa da Universidade College de Londres indicou que 75% das complicações foram infecções no local da operação ou respiratórias e um quarto do trato urinário. O artigo foi publicado na revista Anesthesia.

  • Pesquisa combina terapias para tratar tumor avançado em adultos. Uma nova pesquisa clínica combinando duas drogas baseadas em anticorpos apresentou resultados positivos no tratamento de câncer avançado em adultos. O estudo clínico de fase 1, quando busca-se saber a segurança e ação do medicamento, contou com a participação de 92 adultos com tumores avançados em nove locais na Austrália e China e foi publicado no periódico científico Cancer na última semana.

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