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Obesidade na gravidez pode prejudicar mãe e filho

Filhos de mulheres grávidas com excesso de peso têm maior probabilidade de engordar e desenvolver diabetes tipo 2 ou problemas cardíacos em idade precoce

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Alexander Freund
DW

A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirma que a obesidade tem proporções epidêmicas no mundo e que mais de metade da população mundial poderá sofrer dessa doença até 2035. Isso são mais de 4 bilhões de pessoas, de acordo com o Atlas Mundial da Obesidade de 2023.

Também o número de mulheres grávidas com excesso de peso está aumentando significativamente em todo o mundo.

Se a mãe estiver muito acima do peso, isso pode ter um efeito direto sobre o feto, levando a malformações no bebê, que precisa se adaptar ao excesso de comida ainda durante seu desenvolvimento no útero, diz a médica pediatra Regina Ensenauer, do Instituto de Nutrição Pediátrica do Instituto Max Rubner, em Karlsruhe.

Filhos de grávidas com sobrepeso podem se tornar obesos
Filhos de grávidas com sobrepeso podem se tornar obesos - Adobe Stock

"Os primeiros mil dias —desde o início da gravidez até o final do segundo ano de vida— são cruciais", enfatiza a cientista. "Também para o gosto que a criança terá mais tarde. As papilas gustativas estão totalmente funcionais no início do desenvolvimento, e o feto absorve substâncias da dieta da mãe por meio do líquido amniótico."

Os filhos de mulheres grávidas com sobrepeso têm, portanto, uma alta probabilidade de se tornarem obesos e desenvolverem doenças secundárias, como diabetes tipo 2 ou problemas cardíacos, em uma idade precoce, explica a pediatra.

Risco para mãe e filho

Mães muito acima do peso também aumentam o risco de desenvolver diabetes gestacional (diabetes tipo 4), e a criança também pode se tornar diabética em decorrência da alimentação excessiva.

Além disso, o risco de doenças relacionadas à gravidez aumenta significativamente em mulheres muito acima do peso. Essas doenças incluem pré-eclâmpsia, trombose ou pressão alta relacionada à gravidez. A probabilidade de abortos espontâneos, de partos prematuros e de cesarianas também aumenta significativamente, pois as crianças nascidas de mulheres com sobrepeso geralmente nascem com peso maior.

Ganho de peso é saudável na gravidez

Um ganho de peso significativo durante a gravidez é normal e importante para que a mãe e o bebê recebam nutrientes suficientes. Mas a futura mamãe não precisa "comer por dois", como é frequentemente dito –gestantes precisam apenas de cerca de 10% a mais de calorias por dia do que antes da gravidez.

Mulheres com peso normal ganham, em média, de 11,5 a 16 kg durante a gravidez. O peso é composto da seguinte forma: o bebê pesa em média 3.500 gramas ao nascer, a placenta pesa cerca de 650 gramas e o útero, cerca de 1.300 gramas. O sangue adicional pesa cerca de 1.250 gramas, o líquido amniótico cerca de 1.000 gramas, os depósitos de gordura adicionais pesam cerca de 1.700 gramas e os fluidos acumulados, em torno de 2.000 gramas.

Isso totaliza cerca de 11.400 gramas, e é por isso que se recomenda que as gestantes ganhem no máximo 12 quilos durante a gravidez. O ganho de peso de mais de 20 quilos geralmente é causado por uma dieta incorreta ou excessiva. Portanto, é importante ter seu ganho de peso monitorado regularmente durante a gravidez.

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