Descrição de chapéu Folha Informações

Moderna não admitiu que DNA residual em vacinas pode levar a câncer

Impureza está relacionada ao processo de fabricação de imunizante contra a Covid e não afeta segurança e eficácia

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

São Paulo

Post viral engana ao afirmar que a farmacêutica Moderna tenha admitido que sua vacina contra a Covid-19 possa levar a pessoa imunizada a ter câncer por conta de resíduos de DNA no produto. De fato, há DNA residual em vacinas de mRNA, como a da Moderna, mas isso não interfere na segurança.

"Nossa vacina foi submetida a extensos testes clínicos e não clínicos para demonstrar sua eficácia, qualidade e segurança", afirmou a farmacêutica ao Comprova. A empresa explicou que "o DNA residual é uma impureza relacionada ao processo de fabricação" que não afeta o produto final. Também disse seguir padrões estabelecidos extensivamente e revistos por órgãos reguladores.

Frasco de vidro com tampinha de metal prateada e rótulo branco com letrinhas azuis e pretas. Ao fundo, caixa branca na vertical onde se lê Moderna Covid-19 Vaccine Bivalent em letras azuis
Vacina contra a Covid produzida pela Moderna - Ringo Chiu 6.out.2022/AFP

Conclusão semelhante tem o FDA (Food and Drug Administration), órgão norte-americano de vigilância sanitária. Em documento de 2023 sobre DNA residual em vacinas de mRNA, a agência afirma que "não há nada que indique danos ao genoma, como o aumento das taxas de câncer" e garante a segurança e eficácia de todos os imunizantes aprovados nos Estados Unidos —o da Moderna é um deles.

No Brasil, duas vacinas contra a Covid produzidas pela farmacêutica são registradas pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), a Spikevax bivalente e a Spikevax monovalente. A última teve o registro concedido em março e está atualizada para proteger contra a variante Kraken.

O post usa trecho de fala do médico Robert Malone, conhecido por desinformar sobre vacinas. O mesmo vídeo foi utilizado em outra publicação enganosa verificada pela Comprova nesta semana, também atacando, sem evidências, a vacina da Moderna.

Enganoso, para o Comprova, é o conteúdo retirado do contexto original e usado em outro de modo que seu significado sofra alterações; que usa dados imprecisos ou que induz a uma interpretação diferente da intenção de seu autor; conteúdo que confunde, com ou sem a intenção deliberada de causar dano.

Por que investigamos

O Comprova monitora conteúdos suspeitos publicados em redes sociais e aplicativos de mensagem sobre políticas públicas, saúde, mudanças climáticas e eleições no âmbito federal e abre investigações para aquelas publicações que obtiveram maior alcance e engajamento. Você também pode sugerir verificações pelo WhatsApp +55 11 97045-4984. Sugestões e dúvidas relacionadas a conteúdos duvidosos também podem ser enviadas para a Folha pelo WhatsApp 11 99581-6340 ou pelo email folha.informacoes@grupofolha.com.br.

Leia a verificação completa no site do Comprova.

A investigação desse conteúdo foi feita por Folha e Estadão e publicada em 6 de maio pelo Comprova, coalizão que reúne 42 veículos na checagem de conteúdos virais. Foi verificada por UOL, Correio BrazilienseFolha, Imirante,  A Gazeta e Diário do Nordeste.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.