Descrição de chapéu Copa do Mundo

Cidade que receberá o Brasil era destino favorito de veraneio de Stálin

'Dacha' do ex-ditador é um dos pontos turísticos mais famosos de Sochi

Entrada da 'dacha' do ex-ditador soviético Stalin, em Sochi, que recebe visitas guiadas diariamente
Entrada da 'dacha' do ex-ditador soviético Stálin, em Sochi, que recebe visitas guiadas diariamente - Fábio Aleixo/Folhapress
Fábio Aleixo
Sochi

Desde a Olimpíada de Inverno, em 2014, Sochi entrou no roteiro de grandes eventos esportivos. No Brasil, o interesse pelo município aumentou quando ficou decidido no ano passado que a seleção irá se basear nele durante a Copa do Mundo.

Na Rússia, Sochi sempre foi um dos destinos preferidos não apenas no verão, mas também no inverno. 
Isso graças às suas temperaturas amenas —pelo menos para os padrões russos— na época mais fria do ano, com média entre 6°C e 8°C nos meses de dezembro a fevereiro. 

Como comparação, em Moscou, nesta época os termômetros podem chegar em caso extremos a até -30°C.

Um dos mais famosos frequentadores da cidade foi o ditador Josef Stálin (1878-1953). Entre os anos de 1936 e 1953, o líder da União Soviética tomou muitas decisões estratégicas e se encontrou com figuras importantes da política soviética no local.

Em Zelenaia Roscha, um monte acima da cidade, está a “dacha” (casa de veraneio) de Stálin. A cada verão, ele passava diversas semanas no local que é todo pintado em verde, a sua cor favorita.

Hoje, a casa do ditador recebe diariamente visitas guiadas ao preço de 300 rublos (R$ 17). Alguns dos passeios são feitos por ex-agentes da KGB (antigo serviço secreto da União Soviética).

Reza a lenda que à noite o fantasma de Stálin perambula pelo local. Verdade ou não, o certo é que o ex-ditador ainda marca presença ali.

Vários objetos lembram o antigo morador, de uma estátua de mármore a um boneco de cera, passando por vários quadros nas paredes. A cada passo, você parece estar sendo vigiado de perto.

As visitas conduzidas em russo, e em algumas oportunidades em inglês, evitam temas políticos e os feitos, para o bem ou para o mal, de Stálin durante o período em que governou o país.

É um passeio pela história do local, no qual se descobre as paixões do antigo líder pelo bilhar e o xadrez. Banho de piscina também era um de seus passatempos favoritos.

SEM CARPETES

A atenção com detalhes era tamanha que Stálin não queria carpetes na “dacha”. Segundo contam, isso o permitiria escutar passos e notar a chegada de intrusos.

Também variava os quartos onde dormia, para ninguém saber ao certo onde passava a noite. O teto com pé direito alto tem formato especial para fazer ecoar melhor a sua voz de tom baixo.

Stálin ainda é figura polêmica na Rússia e a “dacha” nunca recebeu a visita de Vladimir Putin, por exemplo.

As estações de esqui nas montanhas de Krasnaia Poliana e Roza Khutor também se destacam entre as atrações turísticas do município.

Hoje, Sochi, localizada à beira do Mar Negro, recebe cerca de 8 milhões de turistas anualmente e conta com uma rede hoteleira com cerca de 90 mil apartamentos.

“Somos uma cidade resort voltada ao turismo. Esta é basicamente nossa única fonte de renda. Durante o Mundial a cidade estará ainda a mais movimentada. Temos vocação esportiva”, disse à Folha Serguei Iuchenko, vice-prefeito da cidade de Sochi.

O Parque Olímpico funciona durante todo o ano e é possível visitá-lo em um carrinho de golfe pagando 500 rublos (R$ 29). O autódromo, casa da F-1 na Rússia desde 2014, também fica aberto.

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