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Por que o Palmeiras é decacampeão? Veja os títulos nacionais do clube

Conta da CBF inclui Brasileiro, Taça Brasil e Roberto Gomes Pedrosa

Alberto Nogueira
São Paulo | Agora

Maior vencedor do Brasileiro, o Palmeiras acumula dez títulos, segundo a CBF. O clube paulista chegou a marca neste domingo (25), após confirmar a conquista do Nacional, ao vencer o Vasco da Gama por 1 a 0.

A soma inclui competições realizadas em formatos diferentes. Desde 1971, o Brasileiro é disputado ininterruptamente, uma vez por ano. A fórmula da competição variou desde então. Em 2003, o principal torneio do país passou a ser organizado em pontos corridos.

Os dez títulos palmeirenses incluem conquistas obtidas antes de 1971. Isso porque em 2010, a CBF passou a considerar troféus nacionais disputados antes do tradicional Campeonato Brasileiro.

A medida de equiparar os torneios foi um pedido dos clubes —liderados por Palmeiras e Santos. A unificação era um pedido antigo do ex-presidente da CBD (Confederação Brasileira de Desportos, que deu origem à CBF) João Havelange (1916-2016).  

Veja quais foram as conquistas palmeirenses

1960 – Taça Brasil
O Palmeiras ganhou a oportunidade de disputar a Taça Brasil ao lado de outros 16 campeões estaduais por ter sido o campeão paulista de 1959. Organizada pela CBD (atual CBF), a competição contou com o time alviverde somente a partir da semifinal, um benefício concedido aos clubes pertencentes aos estados finalistas do Brasileiro de Seleções Estaduais. O mesmo aconteceu com o Santa Cruz-PE. A estreia palmeirense foi no empate em 0 a 0 com o Fluminense, no Pacaembu. No jogo de volta, no Maracanã, vitória com gol de Humberto aos 44 minutos do segundo tempo. O primeiro título nacional veio com dois triunfos sobre o Fortaleza. O primeiro, no Ceará, por 3 a 1 (dois gols de Romeiro e um de Humberto), e o segundo, em São Paulo, quando goleou por 8 a 2. Zequinha, Chinesinho (duas vezes), Romeiro, Julinho Botelho, Cruz (duas vezes) e Humberto fizeram os gols e cravaram seus nomes na história da equipe.

1967 – Torneio Roberto Gomes Pedrosa
Chamado de “Robertão”, o torneio organizado pelas federações Paulista e Carioca foi a primeira grande disputa nacional sem mata-mata, na qual 15 clubes, divididos em dois grupos, enfrentaram-se em turno único e os dois melhores de cada lado se classificaram para um quadrangular final. Na disputa, a Primeira Academia, com Djalma Santos e Ademir da Guia, superou Corinthians, Internacional e Grêmio e ficou com o título. Outro grande destaque do time alviverde foi o centroavante César Augusto da Silva Lemos, também conhecido como César Maluco. Ele foi artilheiro do campeonato com 15 gols, ao lado de Ademar, do Flamengo.

1967 – Taça Brasil
Com vaga direta na semifinal, assim como na edição conquistada em 1960, O Palmeiras teve o Grêmio pela frente em sua estreia. Foram três confrontos contra os gaúchos. No primeiro, triunfo dos gremistas por 2 a 1, em Porto Alegre. Na volta, disputada no Pacaembu, o time alviverde deu o troco ao vencer por 3 a 1 e levar a decisão para o jogo de desempate. Na partida derradeira, nova vitória sobre o rival, agora por 2 a 1 e a vaga para fazer a final contra o Náutico, algoz do Cruzeiro. No confronto de ida, no Recife, 3 a 1 para a equipe palmeirense. Na volta, troco pernambucano em SP, 2 a 1. O título foi decidido em uma terceira partida, disputada no Maracanã, onde César Maluco e Ademir da Guia fizeram 2 a 0 para o Palmeiras.

1969 – Torneio Roberto Gomes Pedrosa
A quarta conquista nacional do Palmeiras encerrou umas das décadas mais vitoriosas da história do clube. Era também o último título da lendária Primeira Academia, alcunha concedida pela imprensa da época e por torcedores ao time que lecionava futebol arte pelos gramados brasileiros. Numa competição com 17 times, divididos em dois grupos, a equipe se classificou para o quadrangular final com Corinthians, Botafogo e Cruzeiro. A disputa entre os clubes foi acirrada, decidida entre os líderes Palmeiras e Cruzeiro somente no saldo de gols (um a mais para os paulistas).

1972 – Campeonato Brasileiro
O primeiro grande título da Segunda Academia, de Leão, Luís Pereira, Dudu, Ademir da Guia e Leivinha, foi o Nacional de 1972. Depois de “passear” pela 1ª fase e quase se complicar na 2ª, quando perdeu para o São Paulo por 2 a 0, o Palmeiras garantiu a melhor campanha da competição e o direito de jogar pelo empate nos jogos eliminatórios, realizados em confronto único. E foi assim, com 1 a 1 ante o Internacional, na semifinal, e 0 a 0 contra o Botafogo, na final, que o time alviverde chegou ao quinto troféu de melhor do país.

1973 – Campeonato Brasileiro
Um campeonato inflado com 40 times. Foi assim a terceira edição do Campeonato Brasileiro da “era moderna”, disputado em duas fases e um quadrangular final (com São Paulo, Cruzeiro e Inter), o Palmeiras, do técnico Oswaldo Brandão, levou a melhor graças ao brilho de seus defensores, como o zagueiro Luís Pereira e o goleiro Leão, protegidos pelo volante Dudu. Como em trecho de seu hino, “a defesa que ninguém passa” sofreu apenas 13 gols em 40 jogos (25 vitórias, 12 empates e 3 derrotas) e, com isso, contribuiu para o segundo título nacional consecutivo.

1993 – Campeonato Brasileiro
O Palmeiras recém-acabara de quebrar um longo tabu de 17 anos sem títulos com a conquista do Campeonato Paulista sobre o Corinthians e, posteriormente, do Torneio Rio-SP, também contra o arquirrival, quando iniciou sua trajetória no Brasileiro. Pela frente, 22 jogos separavam o time comandado pelo técnico Vanderlei Luxemburgo do sonho de reconquistar o principal troféu do país 20 anos depois. A campanha do esquadrão alviverde, que tinha Antônio Carlos, Roberto Carlos, César Sampaio, Mazinho, Edmundo, Zinho, Evair e Edílson como grandes estrelas foi excepcional: 16 vitórias, 4 empates e 2 derrotas. Um total de 40 gols marcados e 17 sofridos. Na decisão, o clube venceu o Vitória por 1 a 0 no jogo de ida, gol de Edílson, e 2 a 0 na volta, no Morumbi, gols de Evair e Edmundo.

1994 – Campeonato Brasileiro
Último Brasileiro vencido pelo Palmeiras antes de viver mais um jejum na competição nacional, o título de 1994 traz boas lembranças à torcida. Além de repetir o bicampeonato de 1972 e 1973, o time foi campeão diante do arquirrival Corinthians, no Pacaembu, com vitória por 3 a 1 na primeira partida da final, gols de Rivaldo (2) e Edmundo, e empate em 1 a 1 no segundo jogo, quando Rivaldo marcou novamente. Era apenas o segundo ano da parceria milionária com a multinacional Parmalat, que renderia ainda outros frutos, como o Paulista de 1996 e a Libertadores de 1999.

2016 - Campeonato Brasileiro
“Seremos campeões”. A frase dita pelo então técnico Cuca fora proferida logo após o time ser eliminado no Campeonato Paulista pelo Santos —antes já havia dado adeus à Libertadores—, virou meme entre os torcedores dos times rivais. Meses depois, o treinador cumpriu a promessa. A equipe venceu a Chapecoense por 1 a 0 no Allianz Parque e faturou o nono título Brasileiro de sua história, o primeiro na era dos pontos corridos. A conquista, que encerrou um jejum de 22 anos na competição, teve como grandes destaques Jaílson, até então um goleiro desconhecido pela maioria dos torcedores brasileiros, a dupla de volantes formada por Tchê Tchê e Moisés, o “interminável” lateral esquerdo Zé Roberto e atacantes Dudu e Gabriel Jesus.

2018 - Campeonato Brasileiro

O Palmeiras fazia uma campanha irregular até a 15º rodada, quando perdeu para o Fluminense e viu o técnico Roger Machado ser demitido. Para o lugar do treinador, um velho conhecido da torcida foi contratado: Luiz Felipe Scolari. Com foco maior na Libertadores e na Copa do Brasil, Felipão optou por fazer um revezamento dos jogadores de seu elenco nas competições. No Nacional, um time inicialmente considerado como reserva deu início a uma trajetória de 22 jogos de invencibilidade —ainda falta um jogo no campeonato, contra o Vitória—, a maior da era dos pontos corridos. Eliminado da disputa sul-americana e do mata-mata nacional, o clube alviverde pôde concentrar seus esforços no Brasileiro e confirmar o título com uma rodada de antecedência ao vencer o Vasco, em São Januário. Scolari, Dudu e Bruno Henrique foram os grandes nomes da décima conquista palmeirense do campeonato mais importante do país.

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