Descrição de chapéu gabriel medina surfe

Em busca de vaga em Tóquio, surfista havaiana passa a defender o Brasil

Nascida em Porto Alegre e criada no Havaí, Tatiana Weston-Webb adota bandeira brasileira

Sheila Vieira
São Paulo

No surfe, atletas do Havaí representam a bandeira da ilha norte-americana na World Surf League, o circuito mundial da modalidade. Mas a brecha não será aceita nos torneios classificatórios para a Olimpíada de 2020, em Tóquio. Havaianos terão que surfar pelos EUA ou por outra nacionalidade que tenham.

Tatiana Weston-Webb pega onda
Tatiana Weston-Webb disputa vaga brasileira para os Jogos Olímpicos de Tóquio - Divulgação/Facebook/Folhapress

Nascida em Porto Alegre e filha de pai inglês e mãe brasileira, Tatiana Weston-Webb vive no Havaí desde os dois anos de idade. Porém, o sonho olímpico motivou a surfista de 22 anos, quarta colocada no circuito, a disputar uma das quatro vagas (dois homens e duas mulheres) que o Brasil deve ter nos Jogos.

Weston-Webb representará o Brasil pela primeira vez em Saquarema, na etapa Oi Rio Pro da Women's Championship Tour, com início nesta sexta-feira (11).

"Estou feliz com a minha escolha. É uma decisão muito grande na minha vida, mas eu acho que fui para o lado certo", afirmou Weston-Webb, em português fluente, com sotaque havaiano.

O Comitê Olímpico Brasileiro anunciou que ajudará financeiramente uma equipe feminina de surfe durante a preparação para Tóquio, formada por Weston-Webb, pela duas vezes vice-campeã mundial Silvana Lima e pela catarinense Tainá Hinckel. No entanto, apenas duas delas poderão ir a Tóquio, se atenderem aos critérios de classificação.

"Meu sonho é estar nas Olimpíadas, então vou disputar as vagas com a Silvana e com a Tainá, que estão surfando demais, e possivelmente com outras brasileiras também", disse Weston-Webb.

Na etapa do Rio, Silvana Lima e Taís Almeida são as outras duas brasileiras inscritas. 

POTIGUAR LÍDER

Entre os homens, o potiguar Ítalo Ferreira disputará pela primeira vez um evento como um dos líderes do circuito, junto ao australiano Julian Wilson, após vencer a etapa de Bells Beach, na Austrália, em abril.

"Não fico pensando que estou nessa posição. Eu me vejo como se estivesse atrás, para permanecer focado e não me acomodar. Às vezes, você pode relaxar após uma vitória, mas esse é o momento que tem que trabalhar mais duro", disse Ferreira à Folha.

Ítalo Ferreira pega onda em Bells Beach, na Austrália
Ítalo Ferreira venceu a etapa de Bells Beach, na Austrália, e é um dos líderes da liga - Folhapress

A vitória na Austrália, primeira da carreira de Ferreira na primeira divisão do surfe, também foi marcada pelo triunfo na final diante do australiano tricampeão mundial Mick Fanning, que se aposentou após a competição.

"Cresci vendo os filmes dele e sempre me inspirei nele. Eu nem acreditei que tinha vencido, porque tudo estava encaminhado para ele ser campeão e encerrar sua história dessa forma", contou Ferreira.
Para o potiguar, a etapa de Saquarema será especialmente desafiadora por conta do balanço das ondas da "capital brasileira do surfe".

"Tenho que executar as manobras certas com muita velocidade, porque só assim o balanço não te derruba. O campeonato deve ter ondas para a esquerda, o que é bem raro no circuito. Vou aproveitar ao máximo", concluiu Ferreira.

A competição masculina terá 13 brasileiros, incluindo os campeões mundiais Gabriel Medina (2014) e Adriano de Souza, o Mineirinho (2015).

CLASSIFICAÇÃO

As competições masculina e feminina terão 20 atletas cada, com o máximo de dois homens e duas mulheres por país. O Japão tem uma vaga garantida em cada categoria. Oito lugares femininos e 10 masculinos serão definidos pela classificação no circuito principal em 2019. A seguir, mais quatro lugares de homens e seis de mulheres sairão do torneio World Surfing Games de 2020. As vagas remanescentes serão distribuídas entre os seis continentes, levando em conta o World Surfing Games de 2019, exceto a América, que levará à Olimpíada os campeões Pan-Americanos.

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