Em busca de visibilidade e dinheiro, esportes olímpicos mudam torneios

Competições tradicionais, como a Copa Davis e o Mundial de basquete, passam por reformulação

Troféu da Copa Davis
O troféu da Copa Davis é apresentado antes da disputa da final entre França e Bélgica, na edição de 2017 - Philippe HUGUEN - 23.nov.2017/AFP
Marcelo Laguna
São Paulo

As recentes mudanças aprovadas para a Copa Davis de tênis não foram um fato isolado no esporte internacional. Algumas modalidades olímpicas estão implementando alterações consideráveis em suas competições, buscando maior visibilidade para patrocinadores —e, por tabela, mais dinheiro.

A ITF (Federação Internacional de Tênis) aprovou em agosto profundas alterações em sua mais antiga competição, criada em 1900. Entre outras mudanças, o torneio terá fase final com sede fixa e 18 países participantes divididos em grupos, formato similar a competições de futebol.

Não por acaso. A alteração ocorreu com a promessa de investimento de US$ 3 bilhões (R$ 12,5 bilhões) nos próximos 25 anos pelo grupo europeu Kosmos, que tem entre seus acionistas o zagueiro Gerard Piqué, do Barcelona.

No atletismo, a revitalização de um antigo torneio veio acompanhada de uma bela compensação em dinheiro.

Disputada pela primeira vez em 1977, a antiga Copa do Mundo era um torneio por equipes dos cinco continentes e equipes individuais dos EUA, URSS (depois Rússia), Grã-Bretanha e uma equipe do país-sede. Ficou em segundo plano após a criação do Campeonato Mundial, em 1983.

Rebatizado pela Iaaf (Associação Internacional de Federações de Atletismo) de Copa Continental em 2010, o torneio é realizado a cada quatro anos, com a participação de equipes da Europa, Américas, África e Ásia/Pacífico.

Em sua terceira edição, marcada para Ostrava, na República Tcheca, nos dias 8 e 9 de setembro, a competição agora será embalada por uma premiação de US$ 2,5 milhões (R$ 10,4 milhões).

A Copa Continental tem como uma das estratégias para atrair as maiores estrelas do atletismo mundial prêmios para as 34 provas individuais.

O vencedor embolsa US$ 30 mil (R$ 124,5 mil), o segundo US$ 15 mil (R$ 62,2 mil) e assim por diante, até US$ 1 mil (R$ 4,1 mil) para o oitavo. Ou seja, todo mundo sai ganhando.

Como comparação, a Liga Diamante, principal circuito de provas de atletismo, distribuí US$ 100 mil (R$ 415,1 mil) em prêmios por prova, contra US$ 75 mil (R$ 311,4 mil) da Copa Continental.

O vôlei também mudou uma das principais competições de seu calendário internacional tendo a questão financeira como pano de fundo.

Jogadoras da seleção dos Estados Unidos comemoram a conquista da Liga das Nações de vôlei de 2018, após derrotar a Turquia na final, disputada em Nanjing (CHN)
Jogadoras da seleção dos Estados Unidos comemoram a conquista da Liga das Nações de vôlei de 2018, após derrotar a Turquia na final, disputada em Nanjing (CHN) - Li Xiang - 1.jul.2018/Xinhua

Neste ano, a Liga Mundial masculina e o Grand Prix feminino passaram a se chamar Liga das Nações. Em novo formato, agora com 16 participantes, o evento aumenta a exposição das seleções, com uma fase de classificação onde todos se enfrentam.

São distribuídos US$ 13 mil (R$ 53,9 mil) a cada partida, com o vencedor ganhando US$ 9 mil (R$ 37,3 mil) e o perdedor, US$ 4 mil (R$ 16,6 mil).

A grande novidade foi a igualdade na premiação para homens e mulheres. Tanto a Rússia (campeã da edição masculina) quanto os Estados Unidos (vencedores no feminino) receberam o prêmio de US$ 1 milhão (R$ 4,1 milhões).

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