Descrição de chapéu Agora

Fã de Chaves, Deyverson comemora paciência do Palmeiras com ele

Atacante, que tem frase famosa do seriado mexicano tatuada, vive boa fase na equipe

Rafaela Cardoso
São Paulo | Agora

“Ninguém tem paciência comigo”. Durante anos, essa frase ficou famosa na boca do personagem do seriado mexicano Chaves, mas agora quem incorpora o espírito do menino incompreendido é Deyverson. O centroavante palmeirense tem, inclusive, o bordão tatuado no corpo.

Com histórico de envolvimento em confusões e polêmicas dentro de campo, o jogador de 27 anos possui outras características em comum com o personagem, como a origem humilde.

Nascido no Rio de Janeiro, Deyverson passou por dificuldades no início da carreira. Antes de se tornar um jogador de futebol, ele havia tentado ser músico de pagode e também chegou a vender salgados, mas nenhuma das empreitadas deu certo.

O atacante defendeu apenas o modesto Mangaratibense antes de passar por clubes de Portugal, Alemanha e Espanha.

Deyverson comemora gol contra o Corinthians pelo Brasileiro
Deyverson comemora gol contra o Corinthians pelo Brasileiro - Paulo Whitaker - 9.set.18/Reuters

Com a camisa do Palmeiras, o atleta chegou, em meados de 2017, sob desconfiança da torcida por ser um grandalhão (1,88 m) sem tanta técnica, e teve um primeiro ano difícil. Mas, graças ao incentivo do técnico Felipão, o “menino maluquinho” vem conquistando seu espaço.

“Sou um cara muito feliz, por isso que brincam e têm carinho comigo. Nunca faltou um sorriso no meu rosto, mesmo enquanto fiquei tanto tempo sem jogar. Minha mãe me ensinou uma coisa: podemos não ter nada, mas amor não pode faltar em casa”, afirma Deyverson.

Recentemente, o centroavante caiu nas graças dos torcedores. Ele marcou gols importantes, como na vitória sobre o Corinthians, por 1 a 0, e contra o São Paulo, por 2 a 0, no Morumbi, ajudando o time alviverde a quebrar um tabu de 16 anos sem vencer no estádio do rival.

No entanto, o jeito explosivo do jogador faz com que ele colecione críticas por muitas vezes ter atitudes imaturas e acabar expulso ou, até mesmo, causar brigas dentro das quatro linhas.

“Sou um menino muito tranquilo, muito pé no chão, mas às vezes solta um chip da minha cabeça, não sei o que acontece. Faço algumas coisas que me prejudicam. Minha família conversou comigo, meu companheiros, o treinador... Estou aprendendo a lidar com a pressão”, disse o centroavante.

Além de diálogos com companheiros e a comissão técnica, a verdade é que o clube vem tendo paciência com o jogador e pediu o auxílio de um psicólogo para ajudar o atleta.

“As pessoas falam que a tatuagem cai muito bem, porque ninguém tem paciência comigo mesmo. Eu levo na esportiva, na brincadeira, porque eles têm muita paciência comigo [risos]. Até eu falo no espelho: ‘Velho, você está exagerando um pouco, dá uma segurada'".

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