Não foi sem vaias pelo caminho, mas a seleção brasileira cumpriu seu papel na primeira fase da Copa América que disputa em casa, classificando-se ao mata-mata com o primeiro lugar do Grupo A. Agora, tenta superar uma barreira que não conseguiu ultrapassar nas três últimas edições da competição.
A partir das 21h30 (de Brasília) desta quinta-feira (27), na Arena do Grêmio, em Porto Alegre, o Brasil vai enfrentar o Paraguai. A vitória vale vaga nas semifinais, uma etapa que o time verde-amarelo não alcança desde 2007, quando conquistou o torneio continental pela última vez.
De lá para cá, o desempenho foi decepcionante. Em 2011, na Argentina, e em 2015, no Chile, a campanha foi interrompida nas quartas de final, exatamente contra o Paraguai, com derrota nos pênaltis em ambas as ocasiões.
Em 2016, na edição extra que celebrava o centenário da disputa, nos Estados Unidos, a equipe não conseguiu nem mesmo sobreviver à primeira fase, o que custou o emprego do técnico Dunga.
Tite espera evitar o mesmo destino. Ainda que seja bancado pela direção da CBF até o Mundial de 2022, no Qatar, o treinador sabe que um fracasso precoce dentro de casa complicaria bastante sua sequência no comando do time verde-amarelo. Assim, trabalha para repetir a última atuação de seus comandados.
Na primeira fase, depois de vencer a Bolívia e empatar com a Venezuela sob vaias, a seleção se encontrou no confronto com o Peru e fez as pazes com a torcida. O triunfo por 5 a 0 no estádio de Itaquera, em São Paulo, fez crescer a confiança de que, enfim, a barreira das quartas de final será deixada para trás.
“Com certeza, é a partir desse jogo contra o Peru que a gente quer evoluir. Não faltou dedicação nos dois primeiros jogos, mas a equipe toda foi bem no terceiro, a gente acertou o que vinha faltando. Temos que pegar aquele desempenho como exemplo e continuar assim”, afirmou o meia Philippe Coutinho.
Apesar da disposição, a expectativa é de um jogo diferente na Arena do Grêmio. O Brasil tem se preparado para enfrentar um adversário bem mais fechado do que o Peru. E teme que o criticado gramado do estádio gaúcho atrapalhe a agilidade na troca de passes, necessária para quebrar a marcação.
Tite fez três visitas ao local para averiguar a situação do campo e não gostou do que viu, especialmente na região central. Mas o treinador sabe que as dificuldades com o terreno não lhe servirão de desculpa em caso de mais um fracasso da equipe nacional diante do Paraguai nas quartas de final.
A seleção verde-amarela entra em campo com amplo favoritismo, por jogar em casa, por ter jogadores mais qualificados e por ter construído uma campanha bem mais sólida até aqui. O Paraguai ainda não venceu e se classificou apenas como o segundo melhor terceiro colocado –teve dois empates e uma derrota.
Um desses empates, porém, foi diante da Argentina, um jogo que os paraguaios estiveram perto de ganhar. Ainda que os argentinos não estejam fazendo uma grande competição, o duelo competitivo com um rival de camisa forte é motivo de confiança para o técnico Eduardo Berizzo. E de respeito por parte dos brasileiros, que já aprenderam a não subestimar o Paraguai na Copa América.
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