Descrição de chapéu Copa América

Argentina reclama de árbitro e da presença de Bolsonaro no Mineirão

Para federação, manifestações políticas do presidente pesaram a favor do Brasil

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Belo Horizonte

A AFA (Associação de Futebol Argentino) enviou carta à Conmebol (confederação sul-americana) nesta quarta (3) contestando a arbitragem do equatoriano Roddy Zambrano na semifinal da Copa América contra o Brasil, disputada na terça (2), no Mineirão.

No texto, a entidade cita a presença do presidente Jair Bolsonaro no estádio como fator que pesou para um suposto clima favorável à seleção comandada por Tite.

“A imprudência da designação arbitral gerou inevitável ambiente antes do jogo, agravado pela presença do presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, no estádio, que não passou sem ser percebida por jogadores, dirigentes e público em geral, já que foram evidentes suas manifestações políticas durante o desenvolvimento do jogo, não podendo deixar de mencionar que no intervalo deu uma verdadeira volta olímpica pelo estádio”, diz o texto.

Jair Bolsonaro no Mineirão durante o intervalo do jogo entre Brasil e Argentina
Jair Bolsonaro no Mineirão durante o intervalo do jogo entre Brasil e Argentina - Mauro Pimentel/AFP

O protesto é assinado pelo presidente da AFA, Claudio Tapia. Ele também é vice da Conmebol.

Segundo a carta, a partida coloca em dúvida os princípios de ética, lealdade e transparência que o presidente da entidade, Alejandro Domínguez, prometeu defender.

A AFA também questiona demora nos transportes da delegação, reclama dos hotéis colocados à disposição pela organização da Copa América, volta a questionar os gramados e fala sobre os pequenos públicos nos estádios.

Tapia afirma que o brasileiro Wilson Seneme, presidente da comissão de arbitragem, não tem capacidade para exercer o cargo por causa de “inumeráveis antecedentes”, sem explicar quais seriam. Questiona também o balanço que ele fez do uso do árbitro assistente de vídeo (VAR) após a fase de grupos, em que citou quantas vezes a ferramenta foi utilizada, mas não as ocasiões em que poderia ter sido acionada, mas não foi.

A AFA pede que Seneme dê “explicações fundamentadas” sobre as circunstâncias da partida entre Brasil e Argentina e que, se isso não acontecer, ele seja afastado do cargo.

A queixa da seleção argentina é que o VAR não foi utilizado por Zambrano em dois lances em que poderiam ter sido marcados pênaltis para a equipe. No primeiro deles, Agüero caiu na área após contato com Daniel Alves. Na sequência da jogada, Roberto Firmino fez o gol que definiu a vitória brasileira por 2 a 0. Houve também o lance em que o zagueiro Otamendi se queixou por ter sido derrubado na área.

Outro motivo de irritação para os dirigentes argentinos foi a falha no sistema de comunicação entre Roddy Zambrano e seus auxiliares, incluindo os árbitros de vídeo. Houve interferência no sinal usado por eles.

O Comitê Organizador da Copa América admite o problema, mas apenas antes do início da semifinal. Quando a partida começou, o problema estava resolvido e não voltou a acontecer durante os 90 minutos.

“Todas as idiotices foram marcadas a favor deles. Houve pênaltis bobos durante toda a Copa América e hoje não marcaram um em Otamendi. Nem sequer consultaram o VAR. É para analisar. Oxalá a Conmebol faça algo, porque nós fizemos um sacrifício enorme”, disse Messi após a derrota.

A AFA pretende pedir o áudio das conversas que os árbitros tiveram no decorrer da partida para descobrir o motivo de o VAR não ter sido usado nas jogadas.

Messi deixa gramado irritado com arbitragem - Pedro Ugarte/AFP
 
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