Descrição de chapéu Tóquio 2020 Coronavírus

Ginasta constrói aparelho para treinar em casa e costura máscaras

Caio Souza usa habilidades para espairecer, manter-se ativo e ajudar com doações

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São Paulo

O ginasta brasileiro Caio Souza, 26, encontrou uma solução criativa para atacar simultaneamente dois problemas comuns a atletas durante a quarentena.

Com dificuldades para treinar os movimentos complexos que precisa executar no esporte e precisando esvaziar a cabeça cheia de incertezas após a paralisação de competições e o adiamento da Olimpíada para 2021, ele lançou mão de suas habilidades manuais e construiu de forma artesanal um aparelho simples, mas útil.

Os ginastas chamam o objeto de cogumelo, e ele serve para treinar movimentos de rotação feitos sobre o cavalo com alças. Nos ginásios, costuma ser usado pelos iniciantes.

Caio é um generalista, ou seja, precisa se dedicar a todos os aparelhos. Nas últimas duas edições do Campeonato Mundial de ginástica artística, ele terminou a disputa da categoria individual geral em 13º.

Agora, terá que esperar um pouco mais para tentar a vaga em sua primeira Olimpíada como titular —foi reserva na Rio-2016.

“Sempre gostei de artesanato, de montar armário e já fiz uma mesinha. A ideia de montar o cogumelo veio por não conseguir treinar nos aparelhos. Ali a gente fica fazendo giros, mudança de direção, e depois reproduz no cavalo. Claro que não chega tão próximo, mas para quem não tem nada metade é o dobro”, diz.

Outro objeto nascido de suas mãos foram taquinhos de madeira para simular exercícios que costuma fazer na barra.

Caio, que treina em São Bernardo do Campo (SP), mantém conversas com seus técnicos, nutricionista e psicólogo, mas não entra em um ginásio para praticar desde 13 de março. Assim, precisava encontrar formas de espairecer.

O ginasta Caio Souza trabalha na produção do cogumelo, que ajuda a simular o movimento do cavalo com alças
Caio Souza trabalha na produção do cogumelo, que ajuda a simular o movimento do cavalo com alças - @timebrasil no Twitter

“Muita coisa aconteceu: mudança da Olimpíada, não treinar, a cabeça começa a ficar a milhão. Nunca fiquei tanto tempo sem treinar, quando fiz cirurgia mesmo assim ia para o ginásio e treinava a parte que podia”, afirma.

Outra ideia para aproveitar um de seus hobbies, e também contribuir com a sociedade, foi confeccionar máscaras de tecido, que ajudam a proteger contra o coronavírus.

Na casa da mãe, onde Caio tem ficado atualmente, ele pode usar a máquina de costura nova que deu de presente para ela recentemente —em troca, ficará com a antiga quando voltar para a sua própria residência.

“Minha mãe me ensinou a costurar muito tempo atrás. Eu sei bordar, fazer crochê e tricô”, ele conta. Junto com a família, já produziu centenas de máscaras que foram doadas para um hospital e a prefeitura de Volta Redonda, sua cidade natal. “Alguma coisinha estou ajudando.”

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