Descrição de chapéu Tóquio 2020

COI vai comprar vacinas da China para os Jogos de Tóquio

Comitê Olímpico do Brasil se mostra surpreso com anúncio da entidade

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São Paulo

O Comitê Olímpico Internacional (COI) vai comprar da China vacinas para facilitar a organização dos Jogos de Tóquio este ano, assim como para os Jogos de Inverno de Pequim-2022, anunciou nesta quinta-feira (11) o presidente da entidade, Thomas Bach.

As autoridades chinesas ofereceram ao COI "disponibilizar doses adicionais das vacinas", em quantidade não revelada, para os participantes nas duas edições dos Jogos, explicou o dirigente.

O COI, que não deseja determinar a obrigatoriedade da vacina para os Jogos, por levar em consideração a disponibilidade muito desigual das doses pelo mundo, vai pagar por essas injeções, que envolvem não apenas as equipes olímpicas, mas também as paraolímpicas, segundo afirmou Bach.

Thomas Bach em sessão virtual do COI com os comitês olímpicos nacionais
Thomas Bach em sessão virtual do COI com os comitês olímpicos nacionais - Greg Martin/AFP

Nenhum calendário foi divulgado, nem detalhes sobre a atribuição das vacinas.

No segundo dia da 137ª sessão dos Jogos, Bach se mostrou novamente otimista sobre a organização da Olimpíada de Tóquio, adiada por um ano e programada para ser realizada de 23 de julho a 8 de agosto, apesar da crise de saúde.

Ele insiste há vários meses no número de competições internacionais que foram organizadas desde o ano passado e que não provocaram uma onda de contaminações, antes inclusive que as vacinas apresentassem uma proteção adicional.

De acordo com o presidente do COI, "um número significativo de equipes olímpicas já foram vacinadas, de acordo com suas diretrizes nacionais", quando a eventual prioridade dada à imunização de atletas saudáveis continua sendo uma questão delicada no mundo olímpico.

A entidade também se comprometeu para que, "por cada dose adicional atribuída às delegações olímpicas", fossem compradas outras duas e destinadas à população do mesmo país, segundo Thomas Bach.

O COB (Comitê Olímpico do Brasil) se mostrou surpreso com o anúncio da entidade responsável pela Olimpíada.

“O Comitê Olímpico do Brasil ainda não recebeu comunicado oficial sobre esta oferta e vai buscar mais informações através do Comitê Olímpico Internacional antes de qualquer manifestação sobre o tema, que será embasada a partir de uma análise das áreas médica e científica do COB”, manifestou-se em nota.

A preocupação do comitê brasileiro é em relação ao programa de imunização do Brasil. Nele, não há nenhuma previsão de priorizar os atletas do país que irão disputar a Olimpíada, diferentemente de outras nações. “O COB reforça sua intenção de respeitar o plano nacional de vacinação”, completa o comunicado.

Em fevereiro, a senadora Leila Barros (PSB-DF), medalhista olímpica pela seleção brasileira de vôlei, quis propor um projeto de lei para vacinar atletas e comissões técnicas contra a Covid-19 antes das disputas dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos, mas a ideia não avançou por falta de apoio.

Com oferta limitada de vacinas contra o coronavírus, o consenso mundial mais amplo costuma priorizar certos grupos na fila de imunização: médicos e enfermeiras, os idosos e os grupos de risco, como tem acontecido no Brasil.

Líder mundial em imunização contra a Covid-19, Israel, por exemplo, pretende vacinar até maio todos os seus atletas que devem competir na Olimpíada de Tóquio.

Um grupo diversificado de países, que inclui Índia e Hungria, vem anunciando nas últimas semanas que suas equipes olímpicas furarão a fila da vacinação.

O presidente do México anunciou em fevereiro que os atletas do país estariam no grupo prioritário, em companhia dos trabalhadores de saúde e professores. Já a Lituânia agiu ainda mais rápido e começou a ministrar a vacina aos seus atletas olímpicos algumas semanas atrás.

Uma ampla maioria da população japonesa continua sendo, no entanto, hostil a receber os Jogos Olímpicos este ano, quando a propagação de variantes mais contagiosas da Covid-19 impede no momento qualquer flexibilização das precauções.​

Com informações da AFP

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