Tite se esquiva sobre Neymar e revolta de jogadores com Copa América

Treinador diz que atletas ainda vão se manifestar e revela conversa com CBF

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São Paulo

Tite não fez nada para acabar com os boatos de que os jogadores da seleção brasileira que atuam na Europa não querem participar da Copa América.

Ao ser questionado sobre o descontentamento dos atletas, o treinador revelou que o elenco teve uma reunião com o presidente da CBF, Rogério Caboclo, mas não quis falar sobre o que foi discutido.

A insatisfação foi divulgada pela Rádio Gaúcha, de Porto Alegre.

Tite prepara a equipe para dois jogos das eliminatórias, contra Equador e Paraguai
Tite prepara a equipe para dois jogos das eliminatórias, contra Equador e Paraguai - Lucas Figueiredo-14.mai.21/CBF

"Eles têm uma opinião, externaram ao presidente, e vão externá-la ao público em um momento oportuno. Inclusive, isso tem a ver com a ausência do nosso capitão, Casemiro, aqui nesta entrevista", disse o treinador.

O volante do Real Madrid estava programado para falar ao lado de Tite nesta quinta, mas não apareceu. Nesta semana, nenhum jogador da seleção falou com a imprensa, algo que não é comum.

Dos 24 convocados para as partidas contra Equador e Paraguai, pelas Eliminatórias, 21 estão no futebol europeu.

Tite não quis dizer se é a favor ou contra a realização da Copa América no Brasil. Garantiu, porém, que vai dar sua opinião após os dois jogos pelas Eliminatórias. Nesta sexta (4), a equipe recebe o Equador. Na próxima terça-feira (8), visita o Paraguai.

"Não estou abrindo mão das respostas e estou colocando os fatos com discernimento e sensatez que tenho. É muito importante a Copa América. Mas mais importante é o nosso jogo amanhã. É jogarmos bem, porque vamos ser cobrados, inclusive pelo nosso torcedor. Ele cobra nossa posição. Temos posição clara. Mas deixa a nossa cabeça voltada para o jogo de amanhã. Entendo todos vocês e também entendo que é importante essa posição e não estou me eximindo".

Uma revolta dos mais importantes jogadores do futebol nacional será mais uma dor de cabeça para a organização da Copa América e para CBF, que tem enfrentado forte oposição desde que o país foi anunciado como sede na última segunda-feira (31).

A Argentina desistiu de abrigar a competição por causa do aumento de casos de Covid-19 no país. Por protestos populares, a Colômbia também abriu mão.

Desde o anúncio, jogadores da Argentina e Uruguai se manifestaram contra a realização da Copa América.

"Se a situação está complicada, não se pode jogar", disse Sergio Aguero, atacante da seleção argentina.

Questionado sobre os problemas enfrentados por Neymar, Tite também não quis se aprofundar. O atacante da seleção brasileira foi acusado de assédio sexual contra uma funcionária da Nike, em 2016. A investigação interna da empresa veio à tona apenas na semana passada, publicada pelo The Wall Street Journal.

"Neymar veio fisicamente e tecnicamente muito bem, até pela sequência de jogos importantes. Em um momento importante, a gente consegue perceber a velocidade de raciocínio e execução. Sobre minha relação com Neymar, são quase quatro anos. A relação de respeito, lealdade, admiração. Mas não externo de forma pública. Quando tem que ser externada de alguma situação, é de forma particular. Não só com ele", disse o treinador.

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