Não há mágoas entre Cuca e Atlético-MG, diz o empresário Rubens Menin

Investidor diz que Galo não vai 'colocar qualquer treinador com um elenco como este'

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Santos

O fim da segunda passagem do técnico Cuca pelo Atlético-MG não deixou rusgas ou mágoas entre as partes. A declaração é do empresário Rubens Menin, 65, principal apoiador financeiro do clube.

Menin encabeça no Galo o grupo que ficou conhecido como "4 Rs", nome dado pela letra inicial dos quatro empresários responsáveis pela maior parte dos investimentos nos últimos dois anos: Renato Salvador, da Materdei, Ricardo Guimarães, Banco BMG, além de Rafael Menin e Rubens Menin, ambos da MRV.

"Tudo foi feito de forma muito profissional por ele, não há mágoas entre Cuca e Atlético-MG. A possibilidade dele não continuar era antiga, já vem de mais ou menos três meses", disse à Folha.

Rubens Menin, fundador da MRV e investidor do Atlético-MG
Rubens Menin, fundador da MRV e investidor do Atlético-MG - Bruno Santos - 26.09.2019/Folhapress

Campeão estadual, do Campeonato Brasileiro e da Copa do Brasil, a informação sobre a saída do treinador ocorreu de forma surpreendente e viralizou as redes sociais durante a madrugada desta terça-feira (28).

O treinador de 58 anos disse à diretoria da equipe mineira em reunião virtual nesta segunda (27) estar com problemas familiares.

"Ele sentou conosco, tem muito respeito por nós. Também respeitamos muito o Cuca. Ele tinha contrato por mais um ano, mas pediu para sair e acatamos. A reunião ocorreu ontem, por volta das 17h. O Cuca já tinha nos falado que estava com problemas e sobre essa possibilidade. Não nos surpreendeu. Prefiro não externar quais são os problemas para preservá-lo", afirmou o empresário.

Segundo Menin, ainda não há um direcionamento sobre o possível substituto. Os nomes serão indicados, principalmente, pelo diretor de futebol Rodrigo Caetano. "Não vamos colocar qualquer treinador com um elenco como este. O novo nome será definido diretamente departamento de futebol", explicou.

Nos bastidores, Menin era visto como um dos principais entusiastas do treinador. Em meio ao momento de maior pressão, bancou publicamente a permanência dele em entrevista ao site Superesportes alegando que jamais cogitou a contratação de Renato Gaúcho.

"Vou falar como torcedor: eu nunca quis o Renato Gaúcho, sempre quis o Cuca. A partir do momento da saída do Sampaoli, o Cuca, para mim, era o que tinha de melhor. E continuo achando isso. Julgar um treinador por duas, três semanas de trabalho, é brincadeira. O problema do futebol brasileiro é que a torcida cobra, o clube cede e demite o treinador", explicou à época.

Antes do ápice vivido na carreira como técnico e da nova lua de mel com a torcida, Cuca precisou vencer uma onda de rejeição para assumir o Atlético-MG nesta temporada.

Quando cotado, boa parte das menções ao seu nome nas redes sociais eram de rejeição. Encabeçada por uma mobilização de torcedores do Atlético-MG, a hashtag "CucaNão" se transformou em termo viral na ocasião.

Um caso policial de 1987, enquanto jogador do Grêmio, em uma excursão do clube gaúcho em Berna, na Suíça, quando ele e três companheiros de time –Eduardo Hamester, Fernando Castoldi e Henrique Etges– foram detidos e condenados por violência sexual a uma menor de 13 anos, reverberava com força, principalmente em coletivos feministas da torcida atleticana.

Cuca precisou vir a público para jurar inocência ao lado da família. O clube mineiro, por sua vez, tratou o assunto como "superado", dizendo acreditar na palavra do treinador.

Era intragável ainda para parte dos atleticanos o último ato na passagem anterior, quando aceitou a proposta do Shandong Luneng, da China, às vésperas do Mundial de Clubes. Ele ainda comandou a equipe na competição e saiu como vilão pela surpreendente derrota para o marroquino Raja Casablanca. Pichações de "fora, Cuca", apenas sete jogos após a estreia, surgiram nos tapumes da obra do novo estádio do clube.

Em entrevista à Folha em 14 de dezembro, questionado sobre a continuidade no Atlético-MG e na carreira, ele não cravou a permanência: "vamos ver até onde vou".

Com a sua saída, o técnico português Jorge Jesus, demitido do Benfica, surge como um dos principais candidatos a sucessor.

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