Descrição de chapéu tênis

Nova lei francesa pode fazer Djokovic ficar fora também de Roland Garros

Excluído do Australian Open por não ter se vacinado, sérvio vê participação em outros torneios sob risco

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São Paulo

O tenista sérvio Novak Djokovic, 34, chegou a Belgrado nesta segunda-feira (17), após ser deportado da Austrália ao ter seu visto cancelado pela segunda vez pelo governo.

A Corte Federal australiana negou o recurso do atleta, que não está vacinado contra a Covid-19, e com isso impediu sua participação no Australian Open. Agora, com a aprovação de nova lei na França, ele se vê diante da possibilidade de perder também o segundo Grand Slam do ano, Roland Garros, em maio, em Paris.

O Ministério do Esporte francês informou que não haverá exceções à regra. O texto, recém-aprovado no Parlamento, exigirá que as pessoas tenham um certificado de vacinação para entrar em locais públicos, como estádios, restaurantes, cafés, cinemas e trens de longa distância.

Jovens posam com bandeiras da Sérvia no aeroporto
Fãs sérvios recebem Djokovic no país após sua saga na Austrália - Andrej Isakovic/AFP

"A regra é simples. O passe de vacina será imposto, assim que a lei for promulgada, nos estabelecimentos que já estavam sujeitos ao passe de saúde", afirmou o ministério, fazendo a ressalva de que o cenário pode ser modificado nos próximos meses.

"Isso se aplica a todos que são espectadores ou esportistas profissionais. E isso até novo aviso. Agora, no que diz respeito a Roland Garros, será em maio. A situação pode mudar daqui para a frente, e esperamos que seja mais favorável. Então veremos, mas claramente não há isenção."

Na Austrália, a deportação de Djokovic ocorreu na noite de domingo, no horário local. O tenista embarcou inicialmente em voo comercial para Dubai. Em seguida, ele rumou a Belgrado.

A chegada à Sérvia foi acompanhada por alguns fãs que o saudaram com gritos e bandeiras. Mas, pelo menos no aeroporto de Belgrado, ele despertou mais a atenção da mídia do que da população em geral, segundo os relatos da imprensa que acompanhou o desembarque.

O sérvio declara residência em Monte Carlo e possui propriedades em várias cidades, como Belgrado, Nova York e Marbella. Ele seria a figura central na noite de abertura do Australian Open, porém o torneio começou sem a sua presença nesta segunda.

"Estou extremamente desapontado com a decisão do tribunal de rejeitar meu recurso contra a decisão do ministro da Imigração de cancelar meu visto, o que significa que não posso ficar na Austrália e não poderei participar do Australian Open", disse o sérvio, em comunicado emitido depois de receber a ordem de deportação.

Nos últimos 11 dias, o governo australiano revogou o visto do atleta duas vezes e o deteve em um hotel de imigrantes. O último motivo alegado é que a sua presença poderia despertar um sentimento antivacina em meio a uma onda de infecções no país.

O tenista contestou as decisões na Justiça, venceu a primeira rodada e perdeu a decisiva, no domingo. "Espero que agora possamos nos concentrar no jogo e no torneio que eu amo", afirmou o atleta ao reconhecer que estava fora do torneio em Melbourne.

Ele pode ficar três anos sem o direito de entrar na Austrália, o que dificultaria a conquista de mais títulos de Grand Slam. Djokovic tem 20 troféus atualmente, mesmo número de Roger Federer e Rafael Nadal.

Homem tira selfie com Djokovic
Novak Djokovic no aeroporto de Belgrado após deportação da Austrália - Christopher Pike/Reuters

O primeiro-ministro australiano, Scott Morrison, disse que a decisão "enviou uma mensagem muito clara" e sugeriu que há oportunidade para pessoas que tiveram seu visto cancelado retornarem "nas circunstâncias certas". De acordo com ele, isso será considerado futuramente.

Antes disso, Djokovic deve se preocupar com a sua presença em Roland Garros.

Lacoste pede explicações ao tenista

Principal patrocinadora de Novak Djokovic, a Lacoste informou que conversará com ele sobre os recentes acontecimentos na Austrália. A empresa francesa, que paga US$ 9 milhões (R$ 49,6 milhões) por ano ao tenista e lhe fornece material esportivo, emitiu um comunicado nesta segunda-feira.

"Assim que possível, entraremos com Novak Djokovic para entender os eventos que se desenrolaram durante a sua presença na Austrália", diz o texto. "Desejamos a todos um excelente torneio e agradecemos aos organizadores por todo o esforço para garantir que o evento seja realizado em boas condições para tenistas, funcionários e espectadores."

Longe de manifestar apoio ao sérvio, a nota alimentou especulações de que a Lacoste esteja estudando a possibilidade de romper o contrato de patrocínio. Outro apoiador do atleta, o Raifessen Bank disse ter fechado seu acordo com ele "muito antes da divulgação do status vacinal" e afirmou que está "monitorando de perto a situação"

Já a Hublot preferiu assegurar que não cogita um rompimento. "Novak Djokovic é dono de si mesmo. Não podemos comentar suas decisões. A Hublot continuará sua parceria com o número um do mundo no tênis."

Com Reuters e AFP

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