Goleiro titular de Camarões é retirado da delegação antes da partida contra a Sérvia

Segundo a imprensa internacional, discussão aconteceu por conta do estilo de jogo; técnico deixou retorno em aberto

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Maceió

O goleiro titular de Camarões, André Onana, foi removido da delegação do time horas antes da partida contra a Sérvia, marcada para as 7h da manhã. Segundo a imprensa internacional, o jogador discutiu com o técnico sobre divergências na forma de jogar e está fora da Copa do Mundo.

A Federação Camaronesa de Futebol ainda não divulgou qualquer informação sobre Onana. O titular na partida contra a Sérvia é Devis Epassy, e no banco aparece apenas Simon Ngapandouetnbu, de 19 anos, do Olympique de Marseille, teoricamente o terceiro goleiro. Onana não está nem entre os reservas.

Onana sofreu um gol na primeira rodada, contra a Suíça - Marko Djurica - 24.nov.22/Reuters

Em sua página no Instagram, o goleiro apenas publicou um story com uma foto da escalação da seleção na TV. Autor do segundo gol camaronês, Aboubakar não quis fazer o tema render durante coletiva de imprensa. "Não teve problema, não teve problema. Ele sentiu um pequeno problema", resumiu.

O técnico Rigobert Song, porém, deixou em aberto o possível retorno do goleiro ao time.

"Veremos se haverá a possibilidade de ele continuar conosco ou não. Também vai depender dele, pedi para esperar. Ele terá que respeitar as regras. É preciso respeito e disciplina. Sou a favor do grupo. Claro que a posição de goleiro é importante e ele é um jogador importante, mas estamos em um torneio difícil e sei o que tenho que fazer. Isso é garantir que a equipe tenha prioridade sobre os indivíduos", disse.

Segundo a agência AFP, uma fonte da federação confirmou que o motivo da exclusão do jogador foi disciplinar.

Onana atualmente defende a Inter de Milão e é constante na seleção camaronesa desde a participação na Copa Africana de Nações. Ele foi titular na partida contra a Suíça, na primeira rodada, e seria o titular nesta segunda-feira. A seleção africana ainda enfrentará o Brasil na próxima sexta-feira (2), às 16h.

O goleiro passou pela base do Barcelona e também esteve no Ajax. Ele tem 26 anos e há um ano superou uma suspensão de nove meses por doping. Seus primeiros jogos foram defendendo Camarões e ajudando a garantir os pontos que a seleção precisava para avançar na Copa Africana de Nações.

Essa é somente mais uma das situações delicadas que Camarões vive nesta Copa. A imprensa internacional questiona a influência de Samuel Eto'o, atual presidente da federação, no comando do time e até na escolha de convocados, já que o técnico Rigobert Song não conseguiu pronunciar o nome de alguns à época da divulgação da lista.

Ídolo do futebol camaronês, Eto'o foi eleito para chefiar a federação em dezembro de 2021. Inicialmente, o mandato seria quatro anos, mas o período foi ampliado para sete. A medida foi aprovada por todos os 66 delegados da Fecafoot (Federação Camaronesa de Futebol). Ele pode ficar até 2028 e tentar a reeleição, o que lhe daria um mandato até 2035.

Eto'o fez mais de 400 gols na carreira, com passagens importantes em Barcelona e Inter de Milão.

História

Camarões é uma seleção que está na história das Copas do Mundo. Até hoje, o máximo que as nações africanas conseguiram em Mundiais foi chegar até as quartas de final, feito obtido primeiramente pela seleção camaronesa em 1990.

Na ocasião, o país surpreendeu logo na estreia ao vencer a Argentina de Diego Maradona, então campeã mundial. Depois, ao superar a Romênia, além da classificação, também liderou o grupo que tinha ainda a União Soviética.

Nas oitavas de final, os camaroneses venceram a Colômbia por 2 a 1 —dois gols de Roger Milla, o maior ídolo do futebol no país. Só pararam nas quartas, diante da Inglaterra do meia Bobby Robson, quando perderam por 3 a 2.

Somente dois países, Senegal, em 2002, e Gana, em 2010, conseguiram igualar o feito camaronês.

Desde que deixou sua marca no futebol mundial, no entanto, Camarões passou a acumular fracassos nas Copas que disputou. Depois de estrearem em 1982 e terem de esperar oito anos para voltar ao Mundial em 1990, a nação disputou cinco Copas (1994, 1998, 2002, 2010 e 2014).

(com AFP)

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