Desequilíbrio mental e ordem de cobradores dos pênaltis explicam queda do Brasil, diz Klinsmann

Ex-jogador alemão acredita que o gol croata no fim da prorrogação tirou a concentração da seleção brasileira nas penalidades

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Rohith Nair
Al Rayyan (Qatar) | Reuters

A derrota do Brasil nas quartas de final da Copa do Mundo do Qatar nos pênaltis foi um grande choque depois que os favoritos do torneio foram eliminados pela Croácia, mas o time sul-americano perdeu porque seus melhores cobradores não marcaram primeiro na disputa de pênaltis, disse o ex-atacante alemão e atual treinador Jürgen Klinsmann nesta segunda-feira (12).

A Croácia, vice-campeã de 2018, surpreendeu o Brasil por 4 a 2 nos pênaltis, depois que Marquinhos e Rodrygo não conseguiram converter.

O artilheiro de todos os tempos do Brasil, Neymar —que foi o quinto na fila na disputa de pênaltis— nem teve a oportunidade de cobrar seu pênalti depois que seus companheiros erraram.

Goleiro croata Livakovic defende a cobrança de Rodrygo, que abriu a série de pênaltis
Goleiro croata Livakovic defende a cobrança de Rodrygo, que abriu a série de pênaltis; para o alemão Klinsmann, Neymar deveria ter sido o primeiro batedor - Li Ming - 9.dez.22/Xinhua

"Estávamos enlouquecendo, foi um verdadeiro drama. Tentamos discutir a diferença entre o drama do jogo do Brasil em comparação com o jogo entre Argentina e Holanda e tivemos algumas ideias", disse Klinsmann em uma reunião do Grupo de Estudos Técnicos da Fifa.

"Depois de conceder o empate aos 117 minutos, o Brasil não teve tempo de mudar de marcha. Da decepção de sofrer um gol no último minuto à disputa de pênaltis, não houve tempo para se acomodar e encarar a disputa de pênaltis positivamente."

"Para o Brasil, eles deveriam colocar seu melhor cobrador em primeiro lugar, definir o tom com o melhor cobrador de pênaltis que você tem e depois descer no ranking."

Esse não foi o caso de sua rival sul-americana Argentina, no entanto, que se recuperou do choque de conceder o empate no último suspiro no tempo normal para a Holanda antes de vencer por 4 a 3 na disputa de pênaltis.

Membro do Grupo de Estudos Técnicos da Fifa, o alemão Jürgen Klinsmann acredita que o Brasil sentiu a pressão de levar o gol no fim da prorrogação, ao contrário da Argentina, que teve tempo para reagir mentalmente
Membro do Grupo de Estudos Técnicos da Fifa, o alemão Jürgen Klinsmann acredita que o Brasil sentiu a pressão de levar o gol no fim da prorrogação, ao contrário da Argentina, que teve tempo para reagir mentalmente - Matthew Childs - 19.nov.22/Reuters

Lionel Messi foi o primeiro a marcar pela Argentina e converteu seu pênalti com desenvoltura, imediatamente pressionando os holandeses quando Emiliano Martínez defendeu os dois primeiros pênaltis holandeses de Virgil van Dijk e Steven Berghuis.

"Com a Argentina, eles tiveram tempo extra para jogar, mesmo com o choque do empate de Weghorst no último minuto", acrescentou Klinsmann.

"Eles tiveram mais 30 minutos para jogar. No final do jogo eles estavam muito mais claros (na cabeça) indo para a disputa de pênaltis."

Klinsmann também elogiou o desempenho da Inglaterra nas quartas de final contra a atual campeã França, dizendo que a abordagem positiva da equipe de Gareth Southgate os levará longe com os jovens talentos que estão surgindo.

"No geral, foi muito positivo da Inglaterra. O jogo França e Inglaterra deveria ter sido uma semifinal ou final. Infelizmente, um deles teve que ir para casa", disse Klinsmann.

"[A Inglaterra] Ainda é uma equipe em crescimento, esta é uma equipe que pode melhorar ao longo dos anos. Eles têm muito talento surgindo, estão ficando melhores e mais experientes depois de três torneios positivos. Há mais por vir desta seleção da Inglaterra."

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