O duelo da próxima segunda-feira (5), no estádio 974, em Doha, será o primeiro entre Brasil e Coreia do Sul em uma Copa do Mundo. Adversárias nas oitavas de final, as equipes jamais se enfrentaram na principal competição de futebol do planeta.
O confronto mais recente não foi nada equilibrado. Em um dos amistosos preparatórios para o Mundial do Qatar, realizado em 2 de junho, no Seoul World Cup Stadium, em Seul, os donos da casa foram atropelados pelos pentacampeões mundiais: 5 a 1.
Richarlison, Neymar (2), Philippe Coutinho (que não foi convocado para a Copa) e Gabriel Jesus marcaram para a seleção. Hwang Ui-jo balançou a rede pelos sul-coreanos, que tiveram extrema dificuldade com a pressão do adversário em sua saída de bola.
"Cometemos erros tolos no processo defensivo. Isso lhes deu oportunidades para criar mais oportunidades do que deveriam ter criado. Jogando contra esse tipo de adversário, você precisa ser mais efetivo no campo defensivo. E precisa ser mais agressivo", afirmou Paulo Bento.
O português de 53 anos tem experiência no futebol brasileiro. Ex-jogador de trajetória sólida na seleção de seu país, estabeleceu sua carreira de treinador no Sporting e no time nacional de Portugal antes de chegar ao Cruzeiro, em 2016.
Foram apenas 17 partidas à frente do clube mineiro, com seis vitórias, três empates e oito derrotas. Demitido, trabalhou no Olympiacos, da Grécia, passou pelo Chongqing Dangdai, da China, e assumiu a Coreia do Sul em 2018.
A formação asiática começou a Copa do Mundo em um empate sem gols com o Uruguai. Na sequência, a defesa voltou a apresentar problemas, na derrota por 3 a 2 para Gana que a deixou em situação difícil.
Na rodada final do Grupo H, o adversário, bem conhecido de Bento, foi Portugal. Os lusitanos adotaram formação cheia de reservas e saíram na frente. Kim Young-gwon marcou o gol de empate, ainda no primeiro tempo. Nos acréscimos do segundo, Hwang Hee-Chan virou.
O lance que definiu o placar –e deixou a Coreia do Sul à frente do Uruguai no critério dos gols marcados– teve passe preciso de Son Heung-min. O atacante é o grande nome do time e ficou emocionado com a classificação suada.
"Esperei tanto por este momento", disse, à beira do gramado, entre lágrimas. "Eu era o capitão, mas não joguei tão bem quanto esperava. Fiquei grato porque os outros jogadores cobriram minhas deficiências. Estou muito orgulhoso deles."
A participação de Son no Mundial chegou a ser colocada em dúvida. Há pouco mais de um mês, em partida do Tottenham na Liga Europa, o jogador sofreu uma fratura no rosto. Passou por cirurgia e vem atuando com uma máscara de proteção.
Com ela, apesar da modéstia, ajudou a incluir a Coreia do Sul nas oitavas de final da Copa pela terceira vez, repetindo a campanha de 2010. Em 2002, quando foi uma das sedes do Mundial, o país avançou até as semifinais e acabou ficando com o quarto lugar.
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