Semifinais da Copa terão retranca contra França e inteligência contra Messi

Argentina e Marrocos trabalham para evitar repetição da decisão do último Mundial

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São Paulo

Sobraram quatro seleções na Copa do Mundo, duas das quais decidiram a última edição do torneio. Na tentativa de retornar ao confronto final, a França, defensora do título, e a Croácia, atual vice-campeã, terão pela frente, respectivamente, Marrocos e Argentina.

O primeiro duelo ocorrerá na terça-feira (13), no estádio Lusail, em Lusail. Responsável pela eliminação do Brasil, de Neymar, a Croácia buscará frustrar a Argentina, de Messi. Em 2018, embora as circunstâncias fossem bem diferentes, mostrou ser capaz.

A partida seguinte, na quarta (14), no estádio Al Bayt, em Al Khor, terá pela primeira vez uma seleção africana nas semifinais. O surpreendente time de Marrocos, que já deixou Espanha e Portugal para trás, não terá vergonha de adotar uma estratégia defensiva por nova zebra.

En-Nesyri celebra o gol da classificação de Marrocos - Patricia de Melo Moreira/AFP

Argentina x Croácia

Estádio Lusail, em Lusail
Terça-feira (13), 16h

Argentinos e croatas precisaram dos pênaltis para avançar às semifinais da Copa do Mundo. Para os primeiros, o martírio da prorrogação e dos pênaltis foi desnecessário. Para os segundos, quase uma praxe.

No caminho para a decisão da Copa da Rússia, a Croácia disputou o tempo extra nas oitavas, nas quartas e nas sêmis de 2018. No Qatar, superaram Japão e Brasil nos pênaltis –contra a seleção verde-amarela, buscaram o empate aos 12 minutos da segunda etapa adicional.

Já a Argentina vencia a Holanda por dois gols até os 38 minutos do segundo tempo, quando foi vazada pela primeira vez. Teve a rede balançada de novo aos 56 (não é um erro de digitação) e, mantida a igualdade na prorrogação, levou a melhor nos tiros da marca penal.

"Estamos aliviados, mas não era jogo para pênaltis, não era nem para ir à prorrogação", disse Messi, craque da formação alviceleste, que obviamente terá atenção especial da Croácia. Mas não marcação individual.

"Sabemos como ele corre, como gosta de ter a bola nos pés, e a chave para a gente será ter disciplina. Precisamos marcá-lo, mas não homem a homem. Como não fizemos homem a homem da última vez", afirmou o técnico da Croácia, Zlatko Dalic.

A referência é ao confronto realizado na Copa de 2018, na fase de grupos, com vitória croata por 3 a 0. A Argentina realizava uma competição caótica, (não) comandada por Jorge Sampaoli, e o craque sul-americano foi frustrado. "É só ver a expressão corporal dele", disse Dalic, há quatro anos.

Agora, sob direção de Lionel Scaloni, a equipe Argentina é muito mais bem organizada. Messi está mais velho, é verdade, com 35 anos. Porém, em seu último Mundial, continua sendo quem conduz a formação alviceleste.

Do outro lado, estará um time que se recusa a desistir.

E que gosta de ter a bola nos pés. Se a Croácia marcar na terça, a jogada muito provavelmente terá passado por um dos três –ou pelos três– homens de seu meio-campo. O brilhante Modric, 37, que também faz sua última Copa, é auxiliado pelos competentes e dedicados Kovacic, 28, e Brozovic, 30.

França x Marrocos

Estádio Al Bayt, em Al Khor
Quarta-feira (14), 16h

É difícil negar o favoritismo da França, campeã do mundo em 1998 e 2018, contra Marrocos, a primeira nação africana a atingir as semifinais da Copa. Mas convém não duvidar da equipe dirigida por Walid Regragui, que vem exibindo capacidade de defender-se em alto nível.

A formação marroquina levou apenas um gol em cinco partidas na competição. Foi na primeira fase, na vitória por 2 a 1 sobre o Canadá. E foi um gol contra, marcado pelo zagueiro Aguerd, 26. O arqueiro Bono, 31, que faz torneio excepcional, não foi batido por nenhum rival.

Os espanhóis tiveram 76,8% de posse bola contra Marrocos, segundo a empresa de dados esportivos Opta. Trocaram quase inacreditáveis 1.019 passes. Porém acertaram um chute no gol em 120 minutos e, após empate por 0 a 0, perderam nos pênaltis. Por 3 a 0. Nem no desempate Bono foi vazado.

A eficiência se repetiu contra Portugal, triunfo por 1 a 0 em cabeceio de En-Nesyri, 25. Mas o desafio promete ser maior diante da França, que conta com o veloz Mbappé, 23, e o artilheiro Giroud, 36, em ótima fase.

Foi Giroud quem decidiu a vitória por 2 a 1 sobre a Inglaterra, nas quartas. Um jogo em que os atuais campeões tiveram dificuldades, mas voltaram a demonstrar força, apesar dos múltiplos desfalques sofridos na preparação e na própria competição.

O principal foi Benzema, eleito melhor do mundo pela revista France Football na temporada 2022. No entanto, o substituto Giroud, que passou em branco na conquista da Copa em 2018, já balançou a rede quatro vezes na atual edição. Mbappé celebrou cinco vezes.

Agora, a meta é superar Bono.

"Marrocos tem mostrado recursos e qualidade. Merece muito respeito", disse o camisa 9, preocupado com a possibilidade de o adversário acrescentar uma zebra à já extensa lista deste Mundial. "Precisamos dar tudo de nós contra um adversário duro."

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