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Sem oposição, Infantino é reeleito presidente da Fifa

Ednaldo Rodrigues, da CBF, foi escolhido para fazer parte do conselho da entidade

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São Paulo | AFP

Sem nenhuma surpresa, o ítalo-suíço Gianni Infantino, 52, foi reeleito para a Presidência da Fifa por mais quatro anos. O resultado do pleito foi divulgado nesta quinta-feira (16) durante o congresso da entidade que acontece em Ruanda, na África.

Infantino, no cargo desde 2016 e o primeiro mandatário após o escândalo do Fifagate, era o único candidato e sua recondução ao cargo já era esperada. Ele foi eleito por aclamação.

Gianni Infantino fala durante Congresso da Fifa que o reelegeu para presidente
Gianni Infantino fala durante Congresso da Fifa que o reelegeu para presidente - Jean Bizimana/Reuters

Também nesta quinta-feira, o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, foi apresentado como novo integrante do conselho da Fifa, o órgão com 37 membros que toma as principais decisões no futebol mundial. Ele foi a escolha unânime das confederações sul-americanas para representar o continente.

"Vou trabalhar dentro da filosofia do futebol mundial em prol de todas as bandeiras que possam fazer o futebol um mundo melhor", discursou.

A formalidade da reeleição de Infantino foi uma das notícias de menos impacto produzidas pelo congresso. Dias antes, foram anunciados o novo formato do Mundial de Clubes, a ser disputado de quatro em quatro anos a partir de 2025, e que a Copa do Mundo de 2026, a primeira com 48 seleções, terá 12 grupos de quatro equipes cada. Será um recorde de jogos na história do torneio.

Na sua eleição de 2019, Infantino já havia sido escolhido como candidato único.

A presidente da Federação Norueguesa, Lise Klaveness, havia afirmado que não apoiaria Infantino e colocou em pauta uma discussão sobre "indenização em caso de violação dos direitos humanos" vinculada às competições da Fifa, ao exigir um balanço sobre as mortes nas obras da Copa do Mundo do Qatar-2022 e suas indenizações. Mas os países europeus não conseguiram alcançar um acordo sobre uma candidatura da oposição e Infantino, que foi o homem de confiança de Michel Platini quando o francês comandava a Uefa (2009-2016).

Com a reeleição, Infantino garantiu sua continuidade no cargo pelo menos até 2027.

Se os estatutos da entidade com sede em Zurique estabelecem agora três mandatos de quatro anos no máximo, Infantino já preparou o terreno para continuar à frente da Fifa até 2031. Ele declarou em dezembro que ainda estava "no primeiro mandato", porque o período de 2016-2019 era incompleto, já que assumiu o cargo após a renúncia de Joseph Blatter, envolvido no escândalo de corrupção investigado pela Justiça dos Estados Unidos.

No momento, o horizonte parece livre para ele. Nesta quinta-feira, afirmou desejar "fazer do futebol algo verdadeiramente mundial". Trata-se de um desafio à hegemonia da Europa no futebol, uma receita que fez o brasileiro João Havelange permanecer no comando da entidade por 24 anos.

Infantino dá força a programas de desenvolvimento que distribui dinheiros a confederações nacionais. Ele exibiu um balanço financeiro sólido, com aumento de 18% das receitas e 45% a mais nas reservas no ciclo 2019-22 em comparação com o período anterior, o que permite à Fifa aumentar ainda mais os subsídios às confederações, a chave de seu sistema redistributivo e eleitoral.

A entidade distribui os mesmos valores para Trinidad e Tobago, Bermuda ou Papua Nova Guiné que a Brasil ou a Alemanha, pois cada federação tem um voto na eleição para presidente. Se o dirigente agrada as 35 associações da América Central, que tem várias pequenas ilhas no Caribe, ou as 54 confederações africanas, pode se dar ao luxo de enfrentar as poderosas nações europeias, como quando apresentou a ideia de uma Copa do Mundo a cada dois anos, antes de desistir do projeto, ou quando proibiu que algumas seleções utilizassem uma braçadeira inclusiva com a frase "One Love" na Copa do Mundo do Qatar, em defesa dos direitos da comunidade LGBTQIA+.

Seu mandato tem sido marcado ampla reforma no tema das transferências, pela instituição da licença-maternidade para jogadoras de futebol profissional, além de regras de processo disciplinar com mais proteção para as vítimas de violência sexual.

O maior motivo de descontentamento vem das equipes, especialmente da Europa, que veem um aumento no número de partidas de seleções e inclusão de torneios que não desejam participar. Como o novo Mundial de Clubes.

Na quarta-feira (15), o Fórum Mundial de Ligas (WLF), que reúne quase 40 campeonatos, denunciou decisões "sem consulta", que prejudicam ainda mais "um calendário já sobrecarregado e não levam em consideração o impacto na competitividade das ligas nacionais e na saúde dos jogadores". O WLF, como sua homóloga European League, que reúne os campeonatos europeus, afirmou que ainda definirá a resposta apropriada, o que sugere a ameaça de uma ação judicial.

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