A sede do comitê organizador dos Jogos Olímpicos de Paris 2024 e a de seu parceiro de infraestrutura estão sendo alvos da polícia nesta terça-feira (20), como parte de investigações sobre suposto desvio de fundos públicos e favorecimento, disseram os promotores.
O escritório nacional do promotor financeiro (PNF) disse que a sede dos jogos foi invadida durante uma investigação preliminar iniciada em 2017 sobre contratos feitos pelo comitê organizador.
A sede da Solideo, órgão público responsável por entregar a infraestrutura olímpica e paralímpica, também estava sendo investigada em uma apuração preliminar que remonta a 2022, após uma auditoria realizada pela Agência Francesa Anticorrupção, acrescentou o PNF.
"Estamos cooperando plenamente com os investigadores. A investigação deve seguir seu curso. Continuamos totalmente focados na organização e realização dos Jogos", afirmou o comitê.
As Olimpíadas de Paris 2024, que o presidente do comitê organizador, Tony Estanguet, prometeu que serão "irrepreensíveis", serão realizadas de 26 de julho a 11 de agosto do ano que vem, com os Jogos Paralímpicos acontecendo de 28 de agosto a 6 de setembro.
As buscas feitas pela polícia coincidiram com o início de uma reunião de dois dias do Comitê Executivo do Comitê Olímpico Internacional, na terça-feira, para discutir uma série de questões, incluindo o progresso dos preparativos para os Jogos de Paris 2024.
"Estamos cientes de que houve uma busca da polícia na sede do Paris 2024 hoje", disse um porta-voz do COI. "Fomos informados pelo Paris 2024 que eles estão cooperando plenamente com as autoridades neste assunto."
O orçamento total dos Jogos subiu para 8,8 bilhões de euros (R$ 46 bilhões) em relação à avaliação inicial de 6,6 bilhões de euros (R$ 34,5 bilhões, na cotação atual) em 2017.
Apenas a infraestrutura deve custar 4 bilhões de euros, acima da estimativa original de 3,2 bilhões. O custo é limitado, já que a maioria dos eventos será realizada em instalações já existentes.
Os principais locais de construção são a vila olímpica e a piscina em Saint Denis, ao norte de Paris.
O custo da segurança, que, de acordo com a instituição francesa de auditoria, atingiria pelo menos 400 milhões de euros, não foi incluído no orçamento geral.
Não é a primeira vez que os organizadores das Olimpíadas são alvo de investigação.
Promotores japoneses acusaram, no início deste ano, seis empresas, incluindo a gigante da publicidade Dentsu Group, e sete indivíduos por suspeita de manipulação de licitações no valor de US$ 320 milhões para as Olimpíadas e Paralimpíadas de Tóquio 2020.
As acusações seguiram meses de investigações sobre alegada corrupção no planejamento e patrocínio dos Jogos de Tóquio, realizados em 2021 após um adiamento devido à Covid-19.
A Dentsu ofereceu suas "sinceras desculpas" e disse que havia criado um comitê de especialistas externos para revisar o caso.
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