Pia Sundhage é demitida da seleção brasileira feminina

Sueca deixa comando da equipe nacional após campanha ruim na Copa do Mundo

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São Paulo

A CBF (Confederação Brasileira de Futebol) confirmou o que vinha sendo especulado nos últimos dias e anunciou, nesta quarta-feira (30), a demissão de Pia Sundhage, 63, da seleção feminina. A sueca tinha contrato por mais um ano, até os Jogos Olímpicos de Paris, porém o mau desempenho na Copa do Mundo precipitou uma reformulação.

O Brasil chegou à disputa na Austrália com a expectativa de uma campanha vitoriosa, alimentada por bons resultados no período de preparação. Mas só houve uma vitória, na estreia, um 4 a 0 sobre o Panamá. Na sequência, uma derrota por 2 a 1 para a França e um empate por 0 a 0 com a Jamaica encerraram a trajetória ainda na primeira fase.

A equipe verde-amarela não caía na etapa de grupos do Mundial desde 1995, e o resultado não foi bem digerido pelo presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues. Ele afirmou após o torneio que analisaria a situação "com calma" e acabou chegando à conclusão de que mudanças eram necessárias na estrutura.

Pia Sundhage, em seu último jogo à frente da seleção - Hannah Mckay - 2.ago.23/Reuters

"Encerramos a partir de hoje o trabalho de Pia com a CBF", disse Ednaldo, em comunicado divulgado pela entidade. "Pia trouxe também, no período de 2019 até aqui, um trabalho que, para a CBF e para o futebol brasileiro como um todo, foi muito importante. Desejamos a ela, em seus novos desafios, todo o sucesso", acrescentou o dirigente.

As mudanças já tinham começado na semana passada, com as demissões da coordenadora de seleções femininas, Ana Lorena Marche, e da supervisora, Mayara Bordin. Também houve alterações no time brasileiro sub-20: caíram o técnico Jonas Urias, que atuou na Copa da Austrália e da Nova Zelândia como observador, e Bia Vaz, que era sua auxiliar.

Agora, foi a vez de oficializar a saída de Pia. Bicampeã olímpica à frente dos Estados Unidos, a sueca foi contratada em 2019 com base em seu histórico vitorioso e reformulou o time que havia parado nas oitavas de final do Mundial daquele ano. Formiga se aposentou, Cristiane deixou de ser convocada, e Marta, hoje com 37 anos, enfim deu sinais fortes de seu envelhecimento como atleta.

A equipe foi até as quartas de final nos Jogos Olímpicos de Tóquio, em 2021, com derrota apenas nos pênaltis para o Canadá, que viria a levar a medalha de ouro. Os resultados subsequentes foram animadores, com a conquista da Copa América, em 2022, e a derrota só nos pênaltis para a campeã europeia Inglaterra, já em 2023, na Finalíssima, em Londres.

Em seguida, uma vitória fora de casa sobre a vice-campeã europeia Alemanha parecia ter enchido as jogadoras de confiança para a Copa da Austrália e da Nova Zelândia, mas o que se viu na Oceania foi decepcionante. Assim, Pia Sundhage deixa a seleção com 57 partidas, com 34 vitórias, 13 empates e 10 derrotas. São 139 gols marcados e 42 sofridos.

A CBF ainda não informou quem a substituirá. O favorito é Arhtur Elias, que vem fazendo desde 2016 um trabalho extremamente vitorioso no Corinthians. A grande meta é acertar o time para os Jogos Olímpicos do próximo ano, que terão início no fim de julho. Antes, entre fevereiro e março, haverá a disputa da Copa Ouro, nos Estados Unidos.

No comunicado em que oficializou a demissão de Sundhage, a confederação informou que anunciará a nova comissão técnica "nos próximos dias". O texto aponta que o grupo escolhido "iniciará o ciclo visando os Jogos de Olímpicos de Paris-2024 e a próxima Copa do Mundo de futebol feminino", o que indica um compromisso de quatro anos.

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