Primo de menor impacto do futebol americano, 'flag football' cresce no Brasil e se torna olímpico

Saiba mais sobre os esportes incluídos no programa dos Jogos de 2028 e a participação brasileira

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São Paulo

O anúncio da inclusão de cinco novos esportes no programa dos Jogos Olímpicos de Los Angeles, em 2028, busca trazer para o evento esportivo modalidades que são populares nos Estados Unidos.

Esporte preferido entre os estadunidenses, o futebol americano será representado nas Olimpíadas por meio do "flag football".

Será a primeira aparição da modalidade no maior evento multiesportivo do planeta. Nos Jogos de 1932, também em Los Angeles, o futebol americano entrou no programa olímpico como esporte de demonstração, na que foi sua única participação.

Defensora Pamela Peres (de branco) durante jogo da seleção brasileira de "flag football" contra o México no torneio "The World Games 2022" em Birmingham, Alabama, EUA - Grasiela Gonzaga/Flag Football Brasil

No "flag football", algo como "futebol com bandeira", os jogadores também têm como objetivo avançar com a posse de uma bola oval contra o campo adversário, como ocorre no futebol americano. No entanto, não há o contato físico, muitas vezes violento, visto na modalidade mais popular.

Em vez de derrubar os jogadores com o corpo para interromper a evolução de uma jogada, no "flag football" os praticantes precisam retirar as bandeiras de pano que ficam amarradas às cinturas dos rivais para impedir seu avanço.

O jogo é disputado na grama em campos que têm 64 metros de comprimento por 27,4 metros de largura. Diferentemente do futebol americano, não há o chute ao gol no "flag football", com a pontuação decorrente apenas do avanço até a linha final do campo adversário.

Existem algumas razões apontadas por especialistas para justificar a ausência do futebol americano no programa olímpico. Uma das principais, de acordo com o jornal "The New York Times", é o usual período de descanso de uma semana entre os jogos de uma equipe, necessário devido ao desgaste físico dos atletas, incompatível com a janela de duas semanas do evento esportivo. O risco de graves lesões, em especial na cabeça, também é apontado como uma das justificas que contribuem para manter o futebol americano longe dos Jogos.

No Brasil, o "flag football" é organizado pela CBFA (Confederação Brasileira de Futebol Americano).

No início do mês, a confederação brasileira anunciou uma parceria com a NFL (liga profissional de futebol americano dos EUA) para lançar um programa de formação de jovens atletas de "flag football" no Brasil.

O primeiro evento resultante da parceria foi o "NFL Flag National Championships", um torneio realizado no domingo (15), em São Bernardo do Campo, que reuniu 12 times com crianças de até 12 anos.

Entre os adultos, as seleções masculina e feminina foram campeãs no Sul-Americano realizado em Itapecerica da Serra, em São Paulo, em dezembro do ano passado. Na final, a equipe feminina do Brasil venceu a Colômbia por 32 a 12, e a masculina bateu a Argentina por 35 a 33.

No Mundial da modalidade, disputado no fim de 2021, em Israel, a seleção feminina ficou com a quarta posição. Já o time masculino ficou com a 17ª posição.

Beisebol fará sétima participação olímpica nos Jogos de Los Angeles

O beisebol, que também está entre os esportes mais populares nos Estados Unidos, tem uma tradição maior em Jogos Olímpicos.

Nos Jogos de 2028, o beisebol vai para sua sétima participação oficial, tendo sido disputado em 1992, 1996, 2000, 2004, 2008 e 2020, sem considerar as edições como esporte de demonstração.

O softbol, versão semelhante ao beisebol praticado principalmente por mulheres, também foi incluído no programa dos Jogos de 2028 e fará sua sexta aparição nas Olimpíadas. A modalidade participou nas edições de 1996, 2000, 2004, 2008 e 2020.

As maiores diferenças entre os dois esportes estão no tamanho da bola, que é maior no softbol, e nas dimensões do campo, que são maiores no beisebol.

A seleção masculina brasileira de beisebol vai disputar os Jogos Pan-Americanos, no Chile. A estreia será contra a Venezuela, na quinta-feira (19). A equipe se classificou para o torneio após seu décimo título sul-americano, conquistado no ano passado em Lima, no Peru. A última participação foi em 2007, no Rio de Janeiro, quando terminou a competição na sétima colocação.

Lacrosse volta ao programa olímpico após participações em 1904 e 1908

Também popular nos Estados Unidos e no Canadá, especialmente em colégios e universidades, o lacrosse é conhecido pelo uso de bastões com uma espécie de cesto em uma das pontas, na qual os jogadores devem carregar a bola em direção ao gol adversário.

O esporte fez parte do programa oficial nos Jogos de 1904 e 1908, quando a equipe canadense se sagrou bicampeã.

Em maio de 2023, a federação internacional da modalidade aprovou a entrada do Brasil como seu 86º membro. "Estamos ansiosos para construir uma rede robusta de lacrosse nos próximos anos, juntando-se à próspera comunidade internacional que já existe para o esporte", declarou Manuel Elbio Aquino Sequeira, presidente da confederação brasileira.

Em torneio qualificatório disputado na Colômbia, em julho de 2022, Peru, México, Jamaica e Porto Rico se classificaram para o Mundial de 2023. O Mundial de lacrosse foi disputado nos Estados Unidos entre junho e julho e foi vencido pelos donos da casa, com o Canadá ficando com o vice-campeonato.

Críquete feminino do Brasil desponta na América do Sul

No caso do críquete, o apelo nos Estados Unidos não é tão grande, mas trata-se da modalidade esportiva mais popular na Índia, que atualmente sedia a Copa do Mundo. O país asiático tem sinalizado a intenção de sediar os Jogos Olímpicos no futuro. O esporte fez uma única aparição nas Olimpíadas, em 1900, na edição de Paris.

As entidades que organizam torneios de críquete celebraram o retorno da modalidade às Olimpíadas e disseram esperar que não seja uma aparição única. Foram necessários dois anos de intensa negociação para a inclusão do jogo, que possui 2,5 bilhões de fãs em todo o mundo e é considerado uma religião no subcontinente indiano.

O Brasil desponta como uma das principais forças do críquete na América do Sul entre as mulheres. A seleção brasileira feminina é tetracampeã sul-americana, com vitória nas edições de 2015, 2016, 2018 e 2019. No masculino, o melhor resultado foi o vice sul-americano em 1997 e 2015.

Squash faz sua estreia olímpica em 2028

Já o squash nunca apareceu anteriormente em uma edição dos Jogos Olímpicos, embora tenha sido um esporte de demonstração nos Jogos Olímpicos da Juventude, em Buenos Aires, em 2018.

O esporte geralmente é jogado por dois adversários em uma quadra retangular fechada. O objetivo é rebater a bola contra a parede de modo que o adversário não consiga rebater a bola de volta.

Em Jogos Pan-Americanos, o esporte estreou em 1995, em Mar del Plata. O Brasil conquistou 11 medalhas no torneio continental, sendo duas de prata e nove de bronze.

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