Descrição de chapéu Libertadores

'Aquele que perder não tem direito de ter atos de violência', diz Fernando Diniz

Treinador do Fluminense pede para que vencedor seja respeitado por todos; Conmebol ameaçou realizar jogo sem público

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Rio de Janeiro

O treinador do Fluminense, Fernando Diniz, pediu nesta sexta-feira (3), véspera da final da Copa Libertadores, que os torcedores de seu time e do Boca Juniors respeitem o vencedor da competição. A declaração foi dada um dia após cenas de violência entre fãs das duas equipes na praia de Copacabana, zona sul do Rio de Janeiro.

"A torcida quer ganhar o campeonato. O importante é respeitar quem vai ganhar. O adversário tem que respeitar aquele que ganhou. A mensagem é essa. Aquele que perder não tem direito de ter atos de violência, sair quebrando tudo, desrespeitar todo mundo porque perdeu", disse Diniz durante entrevista coletiva antes de fazer o reconhecimento do gramado do Maracanã.

O treinador Fernando Diniz, do Fluminense, durante entrevista coletiva na véspera da final da Copa Libertadores, contra o Boca Juniors, a ser disputada no Maracanã - Sérgio Moraes / REUTERS

A final deste sábado (4) ganhou ares de tensão após os conflitos na praia de Copacabana, que teve nove detidos, balas de gás lacrimogêneo e emboscadas ao longo da noite. O líder da organizada La 12, do Boca Juniors, Marcelo Aravena, convocou novas brigas com os tricolores.

"Peço que esperem a nossa chegada, e que os fluminenses venham até nós. Nós três [líderes da organizada] vamos à frente da torcida, da gente comum, vamos defender a toda a gente do Boca nós mesmos. Mas que os torcedores do Fluminense venham nos procurar. Quando chegarmos, que venham. Estão obrigados a brigar com a torcida do Boca. Torcida com torcida, não briguem com as pessoas comuns", disse Aravena na gravação, revelada pelo jornalista argentino Flavio Azzaro.

A Conmebol convocou dirigentes da CBF, Fluminense e Boca Juniors para que instassem seus torcedores a manter a paz, sob ameaça de realizar a partida sem torcida. Os presidentes das duas equipes gravaram vídeos pedindo paz nas ruas e no estádio.

Nesta sexta, milhares de torcedores do Boca Juniors se reuniram na praia de Copacabana, perto do posto 5, e passaram a tarde entoando cânticos de arquibancada.

Até por volta das 18h30, o clima era mais tranquilo, com apenas alguns princípios de confusão por furto. A reportagem da Folha flagrou apenas uma briga, entre um vendedor ambulante e um torcedor, que foi atingido com uma paulada na cabeça, mas voltou para a festa depois de fazer um curativo.

O argentino Horacio Berna, de Paraná Entre Rios, havia chegado ao Rio na manhã de sexta e conta que viu pela TV as cenas de violência de quinta. "Até agora está tranquilo", afirmou.

João Inácio também chegou na manhã de sexta e diz que as cenas de violência da noite anterior não assustaram o grupo que veio com ele de Buenos Aires. "Desejo que tudo corra em paz, que seja uma festa, e que ganhe o Boca."

Na quinta-feira (2), nove torcedores foram detidos em dois diferentes focos de confusão entre torcedores em Copacabana. Segundo a Polícia Militar, foram sete argentinos e dois brasileiros.

De acordo com o comando das unidades, a primeira confusão teve início na área Fun Zone. "De imediato, os agentes realizaram um cerco na área, controlaram a situação e dois homens, turistas argentinos, e um terceiro homem, brasileiro, foram conduzidos à 12ª DP", diz a PM.

"No início da noite, um novo tumulto deu início na av. Atlântica, e as equipes precisaram utilizar os meios necessários para conter a confusão. Policiais militares do 19° BPM (Copacabana) intervieram e detiveram cinco torcedores argentinos e um brasileiro, os conduziram para a 13ª DP.

A Polícia Civil diz que as nove pessoas detidas em Copacabana foram autuadas e liberadas, "tendo em vista que nenhuma vítima se apresentou nas unidades" e que os casos estão sendo investigados.

Colaborou Nicola Pamplona, do Rio de Janeiro

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