Descrição de chapéu Libertadores

Fluminense, Boca Juniors, CBF e Conmebol pedem paz à torcida após violência no Rio

'Isto não é uma guerra, é futebol', disse o presidente do clube argentino; organizadas se comprometem a cessar conflitos

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Em vídeos publicados em redes sociais, os presidentes do Fluminense e do Boca Juniors pediram paz e união das torcidas para a final da Libertadores, que acontece neste sábado (4), no Maracanã. "Isto não é uma guerra, é uma partida de futebol", disse Jorge Ameal, presidente do time argentino.

Na quinta-feira (2), nove torcedores foram detidos em dois diferentes focos de confusão entre torcedores em Copacabana. Segundo a Polícia Militar, foram levados à delegacia sete argentinos e dois brasileiros. A mídia argentina divulgou um áudio em que um dos líderes da organizada xeneize convoca os torcedores do tricolor para uma briga.

Diante das tensões crescentes, a Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol) chamou a CBF (Confederação Brasileira de Futebol), a AFA (equivalente argentino da CBF), o Fluminense e o Boca Juniors para uma reunião nesta sexta (3).

Torcedores do Boca Juniors se reúnem na praia de Copacabana antes da confusão de quinta (2) - Cléo Guimarães - 2.nov.23/Folhapress

Após o encontro, a entidade divulgou uma nota em que afirma que a reunião teve como tema central a segurança. Foram repassadas todas as medidas tomadas até aqui para a proteção de jogadores e torcida, assim como as áreas e entradas designadas no estádio aos torcedores de cada time, segundo o comunicado.

"Tratando-se de dois clubes com um enorme apelo popular, se faz indispensável tomar as precauções máximas [...] para minimizar todo o possível contato entre as torcidas", afirma a Conmebol na nota.

O comunicado conclui lembrando que os dirigentes dos dois clubes assinaram documento em outubro estabelecendo que "assumem o compromisso de impulsionar campanhas e ações contra a violência e o racismo no seio de suas respectivas torcidas".

Não foram divulgadas novas medidas de segurança.

Pouco após o término da reunião, a Conmebol publicou em suas redes sociais vídeo com Mário Bittencourt, presidente do Fluminense, e Jorge Ameal, do Boca.

"É muito importante que a gente estabeleça, de hoje para amanhã, um clima de paz, que possa unir os dois povos, as duas torcidas, para que a gente possa estar amanhã no Maracanã fazendo uma linda festa do futebol", disse Bittencourt.

Já Ameal afirmou que "o que queremos é dizer que vamos jogar com público e que não vai haver nenhum problema. Pedimos às pessoas que respeitem, isto não é uma guerra, é uma coisa muito importante, isto é uma partida de futebol".

"Gostamos muito do povo brasileiro e queremos que gostem de nós também. Queremos a felicidade de nossa gente, a felicidade é o futebol", disse o argentino.

Também em redes sociais, o capitão do Fluminense mandou recado semelhante: "Estamos vivendo um momento único para o time e a torcida, e sabemos que amanhã, dentro de campo, vai ser um grande jogo e faremos de tudo para conquistar esse título. Que fora dele seja um momento de muita alegria e paz, e que a gente possa aproveitar todos os momentos juntos. Que seja um grande jogo, saudações tricolores!", afirmou o zagueiro.

O presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, disse ao ge, da Globo, depois da reunião, que a partida acontecerá com a presença da torcida, mas que isso "vai depender dos torcedores. A partir de agora, os torcedores têm que se unir em torno da paz, porque é segurança acima de tudo".

Segundo ele, "se não tiver essa paz, [...] é lógico que tem a possibilidade de ter [a final] sem público".

Em um comunicado conjunto, as torcidas organizadas do Fluminense se comprometeram a cessar os conflitos com torcedores do Boca.

"Em reunião realizada com a diretoria do Fluminense FC, na tarde de hoje, as torcidas organizadas do Fluminense celebraram um pacto para que os conflitos sejam cessados imediatamente com torcedores do Boca Juniors", diz a nota, publicada em redes sociais.

"Que se separe o joio do trigo, que a punição caiba a quem é devida. Todas as torcidas punirão os integrantes envolvidos em atos de violência com a expulsão dos quadros", afirmam os grupos, na nota.

A Polícia Civil diz que as nove pessoas detidas em Copacabana foram autuadas e liberadas, "tendo em vista que nenhuma vítima se apresentou nas unidades" e que os casos estão sendo investigados.

Na região da praça da Bandeira, na zona norte da cidade, outras duas pessoas foram presas em flagrante por furto a um turista argentino. "A Polícia Civil reforça que segue monitorando as redes sociais para identificar possíveis crimes ou ameaças, e indivíduos envolvidos."

A Polícia Militar afirma que o policiamento em Copacabana está reforçado com policiais do 19ºBPM, do Batalhão de Rondas Especiais e Controle de Multidão (Recom), do Batalhão de Polícia de Choque, Polícia Montada, CPAm e com aeronaves fazendo patrulhamento aéreo.

Questionada sobre eventuais revisões no planejamento após as brigas dos primeiros dias, a PM respondeu com comunicado divulgado no início da semana sobre o esquema especial montado para o feriado, que terá, além do jogo, shows e a aplicação do Enem.

Ao todo, diz a corporação, serão mobilizados mais de 2.240 policiais para atuação na área do Maracanã, nos locais de concentração das duas torcidas, nos principais pontos de entrada da cidade e centros de treinamentos e hotéis onde estarão hospedadas as delegações.

"Agentes do Serviço de Inteligência da Corporação estarão monitorando as redes sociais para acompanhar possíveis mobilizações de torcidas organizadas, visando evitar confrontos entre grupos de torcedores rivais", diz o texto.

"O esquema de segurança para a partida prevê que o serviço reservado da SEPM, seja acionado na busca de dados e/ou informações que possam subsidiar o planejamento tático e operacional e os que impliquem em episódios de perturbação da ordem pública."

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