Dorival aceita convite para assumir seleção brasileira

Treinador vai deixar o São Paulo e ocupar vaga do demitido Fernando Diniz na equipe nacional

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São Paulo

Dorival Júnior será o novo treinador da seleção brasileira. O profissional de 61 anos aceitou o convite feito pelo presidente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), Ednaldo Rodrigues, e deixará o São Paulo para ocupar o posto deixado por Fernando Diniz, demitido na última sexta-feira (5).

O anúncio foi feito pelo próprio clube tricolor, que agora busca alternativas no mercado. Para tirar Dorival do time do Morumbi, a confederação nacional vai pagar a multa rescisória de seu atual contrato, equivalente a cerca de R$ 4 milhões.

Dorival Júnior será o novo treinador da seleção brasileira - Amanda Perobelli - 25.out.23/Reuters

Os contatos ocorreram ao longo da semana, quando Ednaldo Rodrigues foi reconduzido à presidência da CBF por uma liminar do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Gilmar Mendes. De volta à sua cadeira, o dirigente tomou rapidamente a decisão de demitir Diniz e procurou Dorival.

O paulista de Araraquara se mostrou preocupado com a turbulência na CBF, que vive momento de intensa briga política e um movimento para a saída de Ednaldo. Mas ficou mais tranquilo ao saber que o favorito a substituí-lo no caso de nova eleição –o presidente da FPF (Federação Paulista de Futebol), Reinaldo Carneiro Bastos– é simpático a seu trabalho.

A oportunidade na seleção era um sonho para Dorival, que se sentiu desprezado em momentos anteriores nos quais o posto estava vago. E a chance finalmente apareceu, em certa medida, devido ao caos que foi a temporada 2023 da formação nacional e da entidade que a comanda, com crise política e resultados terríveis em campo.

Terminado o ciclo de Tite, que fracassou em sua segunda Copa do Mundo, Ednaldo Rodrigues foi atrás de Carlo Ancelotti e dizia ter um acordo verbal para sua chegada no meio de 2024, ao fim do contrato do técnico com o Real Madrid. O italiano nunca confirmou o acerto, mas ele era dado como certo na CBF, que escolheu Fernando Diniz como comandante interino.

Diniz se dividiu entre o Fluminense e a seleção. Teve um ano bastante produtivo na agremiação das Laranjeiras, campeã da Copa Libertadores pela primeira vez, e se tornou um dos técnicos de pior início na história da equipe nacional. Em seis jogos, teve duas vitórias, um empate e três derrotas seguidas.

O Brasil está apenas em sexto lugar entre os dez times que disputam as eliminatórias sul-americanas para a Copa do Mundo de 2026. A expectativa era que Ancelotti chegasse para arrumar a casa, mas, enquanto Ednaldo estava afastado, o Real Madrid anunciou a renovação do contrato do italiano até junho de 2026.

Rodrigues foi destituído de seu cargo no início de dezembro, por uma decisão do TJ-RJ (Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro). O tribunal considerou irregular um acordo da CBF com o MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro) que permitiu a eleição de seu presidente após a assinatura de um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta).

Foram várias tentativas frustradas de voltar à cadeira até a última quinta-feira (4), quando Gilmar Mendes concedeu a liminar favorável a Ednaldo. A situação ainda será avaliada por um colegiado do STF, mas o reempossado cartola tratou de tomar decisões rápidas, demitindo Diniz no dia seguinte e buscando o acordo com Dorival.

Ainda há imensa instabilidade e um movimento para que o presidente seja destituído –pela assembleia geral da própria CBF, não por força Justiça–, com a convocação de novas eleições. Nesse caso, aqueles que se apresentam candidatos seriam o citado Reinaldo Carneiro Bastos e Flávio Zveiter.

Toda a movimentação chamou a atenção da Fifa (Federação Internacional de Futebol), que veta interferências de terceiros em suas associações nacionais filiadas. A entidade chega nesta segunda (8) ao Brasil, acompanhada de representantes da Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol) para averiguar se há intervenção estatal na CBF.

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