Descrição de chapéu Olimpíadas 2024

Cansado, Kelvin Hoefler afirma que regras beneficiam nova geração do skate

Sexto colocado em Paris, brasileiro diz não saber se vai a Jogos de Los Angeles, em 2028, e cobra mudanças

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Paris

Kelvin Hoefler considerou "muito boa, muito boa" sua apresentação nos Jogos Olímpicos de Paris. Prata em Tóquio, há três anos, o atleta de 31 fez mais uma final no skate street, obteve a sexta colocação e apontou que o formato de disputa adotado beneficia os mais jovens –o japonês Yuto Horigome, 25, levou o ouro, e a prata ficou com o norte-americano Jagger Eaton, 23.

"Acompanhar essa nova geração é difícil, né? Essa pegada da nova geração é aprender duas manobras e ganhar, sabe? Eu e o Nyjah [Huston, 29, lenda norte-americana da modalidade, que levou o bronze] temos uma bagagem de manobras muito grande. Essa nova geração aprende de uma forma só e não tem esse leque", afirmou o pentacampeão mundial.

A bronca do brasileiro é com o formato de disputa. Cada atleta tem duas voltas de 45 segundos para fazer sua performance livremente pela pista, mas só a melhor delas é computada. Na sequência, há cinco tentativas de manobra única, e duas delas são contabilizadas. Ou seja, um skatista pode ter cinco execuções desastrosas e pôr no peito a medalha de ouro.

Kelvin Hoefler não sabe se vai aos Jogos de Los Angeles - Mathilde Missioneiro/Folhapress

"É fato que, meu, o pessoal, erra, erra, erra, erra, erra e ganha. Acerta duas manobras e ganha. Acho que tem que ser mais legal para o público, o público tem que curtir mais. Como é no park, né? Os caras têm três voltas e vão dar as melhores voltas da vida, e é isso", disse, lembrando que na modalidade park há três voltas de 45 segundos e só uma é descartada.

O modelo em Tóquio, onde Kelvin subiu ao pódio, tinha também três descartes nas cinco manobras únicas, mas nenhuma das duas voltas de 45 segundos era desconsiderada e a pista era maior. Segundo ele, há rumores de que haverá novas mudanças no formato, para melhor, e elas serão decisivas em sua escolha de tentar ou não participar dos Jogos de Los Angeles, em 2028.

Por ora, o paulista nem quer pensar muito nisso. Ele teve um ciclo desgastante no caminho para Paris, com lesões, e agora só pensa em descansar. Ao lembrar que sua mulher estava em casa, no sofá, cuidando dos cachorros da família, afirmou que a invejava e queria estar com ela, "bem tranquilo".

"Eu não aguento mais, não aguento mais. Estou cansado, preciso de férias. Estou andando de skate, sei lá, faz uns 23 anos. E nunca tive férias. Preciso de umas férias, preciso descansar. Foi uma corrida olímpica bem difícil, a gente não sabia se viria até dois meses atrás, com competição de alto nível, uma correria", afirmou.

Ele se mostrou aberto, após o período de relaxamento, a participar de mais competições no Brasil. Morador dos Estados Unidos desde 2010, o brasileiro vive hoje em Los Angeles, considerada a capital dos esportes radicais, e concentra boa parte de seu calendário na região do estado da Califórnia.

"Eu sou brasileiro, patriota para caramba, gosto do Brasil. Se fizerem um campeonato legal, eu vou. E se me chamarem! Se me chamarem. Porque, se não me chamarem eu não vou. Vou lá de intruso? Não, tem que convidar, pô", afirmou, incomodado, porém sem deixar claro de quem estava reclamando.

"Alguns não [convidam], mas também não ligo. Estou lá fazendo minhas coisas, competindo na Street League, nos X-Games, que são importantes para mim, tenho também meus patrocinadores fora. Então, é isso. Estou feliz para caramba, segunda Olimpíada, final de novo. Estou felizão", disse, encerrando a entrevista. "Foi? Foi? Valeu, pessoal."

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.