Descrição de chapéu Olimpíadas 2024

Delegação da Palestina chega a Paris com boas-vindas e gritos de 'livre' e 'resistência'

Ativistas recebem equipe, cujo principal objetivo nos Jogos é denunciar situação em Gaza

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Joseph Abi Chahine Maryam El Hamouchi
Paris | AFP

Gritos de "Palestina Livre" deram as boas-vindas à delegação palestina para as Olimpíadas na manhã desta quinta-feira (25), em um aeroporto de Paris.

Com tâmaras nas mãos, cerca de cem ativistas da causa palestina estavam no terminal 2C do aeroporto Roissy-Charles de Gaulle desde o início da manhã para receber a pequena delegação de Ramallah.

Carregando lenços e bandeiras palestinas, eles gritavam "Palestina livre, livre, livre" e "De Paris a Gaza, resistência, resistência".

Ativistas se reunem vestindo roupas tradicionais e segurando faixas e a bandeira palestina
A delegação olímpica palestina é recebida por ativistas no aeroporto Charles de Gaulle, no norte de Paris - Ahmad Gharabli/AFP

"Estou aqui para dar as boas-vindas aos atletas palestinos" e para apoiar um "povo que vem sendo oprimido há muito tempo", disse um dos ativistas.

"Mesmo que os governos os abandonem, nós, o povo, estamos aqui", acrescenta.

Entre os oito atletas palestinos que participam dos jogos, apenas alguns se classificaram. Os demais foram beneficiados por um convite do Comitê Olímpico Internacional (COI).

Mas para a delegação, ganhar as preciosas medalhas não é o objetivo principal. A equipe quer aproveitar o evento para denunciar o "tratamento desumano" sofrido pelos palestinos.

"Hoje, a Palestina envia uma mensagem ao mundo: a necessidade de acabar com o genocídio contra nosso povo na Faixa de Gaza, de acabar com a ocupação e o regime de apartheid nos territórios palestinos ocupados", disse o representante da Autoridade Palestina na França, Hala Abu Hasira.

O jogos estão sendo realizados em um cenário de segurança rigorosa, e a França é lar da maior comunidade judaica da Europa.

Apesar dos pedidos de exclusão dos atletas de Israel por parte de vozes da esquerda francesa e do Comitê Olímpico Palestino, os 88 atletas da delegação israelense chegaram a Paris e participarão das competições em meio às fortes medidas de segurança.

"O Comitê Olímpico Israelense perdeu seus direitos morais, esportivos, humanitários e legais de participar ao incentivar e, em alguns casos, participar da guerra, do genocídio e da limpeza étnica em curso em Gaza", disse o presidente do comitê palestino, Yibril Rayub.

"Do ponto de vista psicológico, humanitário e moral, é impossível" para os atletas palestinos coincidirem com os israelenses durante as provas, acrescentou o veterano político palestino. Nós somos as vítimas e eles são os criminosos".

De acordo com o Comitê Olímpico Palestino, 300 atletas, funcionários e voluntários do mundo do esporte foram mortos na Faixa de Gaza.

A presença de atletas palestinos em Paris também é simbólica.

"Não se trata de medalhas, mas de alcançar o maior número possível de pessoas com a causa palestina. Não me importo com o dinheiro. Se uma medalha me permite chamar mais atenção, é isso que me interessa", disse Yazan Al Bawwab, nadador dos 100 m costas

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.