Qual o legado de Daiane dos Santos para a ginástica artística?

Saiba por onde anda a ex-atleta e relembre sua importância para as novas gerações da ginástica artística

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São Paulo

Daiane dos Santos caminhou para Rebeca Andrade pudesse correr —ou saltitou, ou impressionou o mundo com seu duplo twist carpado.

Embora Rebeca seja uma estrela com brilho próprio, vença em diferentes frentes e acumule medalhas — é campeã olímpica de Tóquio-2020 no salto, bicampeã mundial no salto e campeã mundial individual geral de 2022—, o Brasil começou a dar passos largos na ginástica artística o fim dos anos 1990.

Ginástica Artística: a ginasta brasileira Daiane dos Santos executa exercício de solo nas eliminatórias da ginástica artística em que se classificou com a 3ª melhor nota, em Atenas (Grécia)
A ginasta brasileira Daiane dos Santos executa exercício de solo nas eliminatórias da ginástica artística em Atenas - Dylan Martinez - 15.ago.04/Reuters

O rosto dessa entrada no pódio mundial é o de Daiane dos Santos. Hoje com 41 anos, a ginasta nasceu em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. Em 2023, ganhou um mural em sua cidade Natal feito pelo artista Kelvin Koubik.

"Dizem que o brasileiro tem a memória curta. Comigo não tem sido curta, não. Espero poder retribuir o carinho", disse Daiane à Folha na ocasião.

Qual o legado de Daiane dos Santos?

O sobrenome de Daiane dos Santos, o mesmo de tantos brasileiros, foi imortalizado ao batizar o duplo twist carpado, oficialmente chamado de Dos Santos.

O salto foi executado pela primeira vez no Campeonato Mundial de Anaheim, em 2003. Com ele, Daiane conquistou medalha de ouro na prova de solo.

Depois, uma variação do movimento, o duplo twist esticado, foi batizada de Dos Santos II.

A ginasta conquistou nove medalhas de ouro em solo em etapas de copas mundiais de ginástica artística. Daiane se aposentou do esporte em 2012, logo após uma lesão no joelho.

Quais são as principais ginastas negras da atualidade?

A primeira mulher negra a conquistar medalha de ouro olímpica foi a americana Gabrielle Douglas nas Olimpíadas de Londres, em 2012. Conhecida como Gabby Douglas, a dona de três medalhas olímpicas conquistou o feito aos 16 anos.

Ela abriu caminho para que outras ginastas negras brilhassem nos pódios, entre elas sua conterrânea Simone Biles, a ginasta que mais ganhou medalhas dos Estados Unidos em mundiais —foram 30, 29 delas de ouro.

Também americana, a ginasta Shilese Jones esteve do lado de Biles e da brasileira Rebeca Andrade, grande aposta do esporte nacional na categoria, no primeiro pódio composto apenas por ginastas negras. Foi no Campeonato Mundial de ginástica artística na Antuérpia, em 2023.

Por onde anda Daiane dos Santos?

Daiane dos Santos se apresenta hoje como influenciadora esportiva em sua página do Instagram. Além de publicidades para marcas, ela também divulga palestras sobre esporte e o Projeto Brasileirinhos, que idealizou e coordena desde 2016.

A instituição é voltada para a inicialização à ginástica artística para crianças nas comunidades de Paraisópolis e Aricanduva, em São Paulo. O nome é significativo e remete à sua memorável performance nas Olimpíadas de Pequim ao som da música "Brasileirinho", de Waldir Azevedo (assista abaixo).

Daiane dos Santos é também comentarista em competições de ginástica artística na Globo e na Sportv.

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